VIVENDO A LOGÍSTICA

VUC UMA SOLUÇÂO PARA DISTRIBUIÇÃO URBANA

Em meados da década de 90 eu coordenava o CDU – Comitê de Distribuição Urbana dentro do meu trabalho voluntário na Associação Brasileira de Supermercados. Esse grupo foi formado por 16 diferentes entidades representando o segmento de Embarcadores/Transportadores – Varejo/Atacadista e nosso objetivo era identiticar o problema e propor soluções para melhorias da produtividade na Distribuição Urbana. Ao total foram 12 propostas vinculadas aos setores de: Operações/Tecnologia/ Gestão/Legislação, dentre elas a que destacamos hoje foi a criação do VUC – VEÍCULO URBANO DE CARGA.

Quando concebi essa solução já existia o cenário de excesso de tráfego, grandes congestionamentos de trânsito e forte pressão dos órgãos públicos através da contínua expansão da chamada ZMRC – Zona Máxima de Restrição de Circulação, e partir do princípio da correlação TEMPORAL-ESPACIAL (ou seja, a tradicional relação Espaço-Tempo), gerando 3 categorias de veículos:

  • Tipo 1: Sem restrição de horário e sem região geográfica
  • Tipo 2: Com restrição de horário e sem região geográfica
  • Tipo 3: Com restrição de horário e com região geográfica

Depois de longas negociações técnicas com a CET – Companhia de Engenharia de Tráfego, finalmente conseguimos aprovação através de alteração da Lei Municipal (Lei N). E batizei então, de VUC que acabou se transformando num sinônimo, hoje largamente utilizado na operação Logística.

No início as montadoras ofereceram algumas adaptações de veículos existentes e com o passar do tempo, a crescente utilização por parte das empresas de transporte o VUC passou a ser um produto de série, desenvolvido com engenharia de veículo específica e que atendesse os requerimentos da Legislação.

Para criar o VUC, estudei as soluções que em várias cidades do mundo me detive especialmente na solução encontrada em Paris e então balizei os seguintes princípios:

  • Vincular a área ocupada pelo veículo no conceito de “projeção de sombra”;
  • Desvincular a capacidade de carga mantendo a vinculada apenas aos equipamentos públicos;
  • Configurar suas dimensões máximas equivalentes 1,5 vezes a dimensão nominal de um automóvel;
  • Equipar o veículo com a relação “potencial-peso” configurada com o veículo de passageiro, ou seja, boa retomada de velocidade para a sua capacidade;
  • Equipar o veículo com câmbio automático, direção hidráulica e sistema de visibilidade, visando manobrabilidade similar ao automóvel.

Esta é a verdadeira historia do VUC, que ao lado do PBR são as minhas mais importantes contribuições para a operação Logística do Brasil, e para que você possa conhecer um pouco mais, veja no link abaixo matéria publicada na nossa revista LOGISTICA MODERNA de Março/96.

Revista Logística Moderna

J.G. Vantine.


PONTO DE VISTA

DISTRIBUIÇÃO URBANA: NECESSIDADE DE SOLUÇÃO URGENTE

No meio de mais uma onda de escândalos do Governo Lula, com a DISTRIBUIÇÃO DE CARTÕES DE CRÉDITOS aos apaziguados, vou mudar um pouco a linha de raciocínio dos editoriais anteriores. Vamos tratar hoje também daDISTRIBUIÇÃO, mas da DISTRIBUIÇÃO URBANA, numa radical mudança de foco.

MOBILIDADE URBANA é um tema cada vez mais presente entre os planejadores, urbanista e engenheiros de tráfegos das grandes cidades do mundo, claro que em função do crescente número de veículos de passageiros e de cargas trafegando pelas ruas. E esse é um problema, inclusive das mais ricas metrópoles do mundo que possuem as melhores redes metroviárias (como Londres, Moscou, Tóquio, New York, etc).

Ocorre que MOBILIDADE URBANA quase não tem privilegiada Distribuição Urbana, a conhecida “last mile” da operação logística. Aquele segmento final responsável por abastecer centenas de milhares de pontos de venda distribuídos aleatoriamente nas cidades. E por mais preocupante que seja esse tema continua distante das preocupações das áreas responsáveis dos poderes públicos municipais e estaduais (no caso de metrópoles conurbadas), pois não consegui identificar em muitos planos diretores de várias cidades que analisei qualquer estratégia relacionada com esse assunto, assim como não vejo nenhuma entidade ou instituição mobilizando grupos de estudos similares ao que criei e coordenei na década de 90, chamado de CDU – Comitê de Distribuição Urbana.

Fica aqui, portanto meu alerta, ao mesmo tempo em que deixo registrado que da minha parte tenho procurado motivar as entidades NTC&Logística, Fetcesp e Setcesp para que possam abrigar grupos de trabalhos específicos para identificar e propor soluções dentro das áreas: Operação/Tecnologia/Gestão/Legislação.

J.G.Vantine

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