VIVENDO A LOGÍSTICA


PONTO DE VISTA

PARECE QUE FOI ONTEM!

RISCO DE APAGÃO ACORDA GOVERNO

Muito oportuno o tema central do IV Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas, promovido pela NTC&Logística e outros órgãos do setor, na semana passada, em Brasília. “O Risco do Apagão Logístico” traduz bem a longa campanha aberta pela própria entidade, alertando as autoridades para o afunilamento das condições mínimas de infra-estrutura: precariedade das rodovias, baixa produtividade dos portos no comércio internacional e a tímida evolução do transporte ferroviário fora do Sudeste.

A tese defendida pela NTC&Logística e por vários políticos ligados ao setor encontra respaldo na atual visão estratégica do Ministério dos Transportes. O governo parece ter acordado para este tema e trabalha para evitar um colapso, já anunciado neste ano pelas dificuldades de escoamento da produção agrícola, conforme vimos no Porto de Paranaguá.

A VANTINE reforça a observação de que, nos últimos 20 anos, os recursos federais nem sequer contemplaram a recuperação das mais importantes rodovias do país, as artérias que irrigam a economia. Destacam-se neste abandono a chamada Rodovia do Mercosul, BR-101, cuja obra ainda está inacabada, a Fernão Dias, segundo maior eixo de tráfego do país, a BR-364, importante ligação com o Norte e todas aquelas que levam à região Nordeste, que corresponde a 15% do consumo brasileiro, mas ainda exige elevados custos operacionais para os transportadores. “Se o enfrentamento desta questão não se iniciar já, nem em médio prazo o Brasil terá condições de recuperar as posições perdidas, nos últimos seis anos, no ranking das maiores economias do mundo, quando despencamos do 8º lugar para o 15º, caminhando celeremente para o 16º”, diz o documento do encontro. Nós assinamos embaixo.

Outro tema abordado no evento da NTC&Logística e que merece grande reflexão, principalmente por parte dos embarcadores do sistema de transportes, é a intermodalidade, muito pouco explorada no Brasil. Principalmente na combinação entre os modais rodoviário e marítimo. A cabotagem não tem sido escolhida pelos usuários por conta da baixa operacionalidade dos portos, bem como uma estratégia pouco clara por parte dos armadores que operam a cabotagem.

Esperamos que com o novo perfil da NTC&Logística, que agora incorpora todos os modais de transporte e de operadores logísticos, se possa desenhar novas estratégias combinatórias que ofereçam soluções, que ao mesmo tempo reduzam custos e aumentem os lucros dos transportadores.

Artigo publicado na edição Nº 04 de 16/04/2004


SERÁ QUE A MP595 É ISSO?

ESTRATÉGIA & POLÍTICA PORTUÁRIA

Segundo dados da CODESP (Companhia Docas do Estado de São Paulo), o Porto de Santos recebeu cerca de US$ 1 bilhão de investimentos nos últimos 10 anos, a partir da chamada “LEI DOS PORTOS” (Lei 8630-93).

Em 2005, o Porto de Santos movimentou pouco mais de 70 milhões de toneladas, evidentemente graças ao grande aumento das exportações.

Outra razão para o aumento da movimentação do Porto de Santos foi a utilização da cabotagem, que em 2005 respondeu por 8% do total registrado pela CODESP, que operou 1 milhão de TEUs, representando aumento de 21% em comparação a 2004. Espera-se um aumento de 50% para 2006, como decorrência de redução de 50% nas tarifas portuárias. Um dado interessante, que contribuiu para o aumento da conteinerização, é o crescente aumento de carga tradicionalmente “granelizada” que passou a ser transportada em contêineres, como : açúcar, suco de laranja e produtos siderúrgicos.

Desta forma, neste início de 2006 seria muito conveniente, a partir do sucesso que tem tido o Porto de Santos, que o Ministro dos Transportes elaborasse um PLANO ESTRATÉGICO DE POLÍTICA PORTUÁRIA, olhando o Brasil para os próximos 10 anos, em sintonia com a dinâmica da geografia global e as estratégias das companhias de navegação, pois, inegavelmente, a Revolução dos Mares já comecou.

Artigo publicado na edição Nº 04 de 18/01/2006

J.G.VANTINE
Vantine Logistics Solutions

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