VIVENDO A LOGÍSTICA

 

PONTO DE VISTA

AS DIVERSAS FACES DA LOGÍSTICA

Certamente o comércio foi a pioneira das atividades humanas relacionadas com a disponibilidade de bens para os interessados. Não vamos falar de escambo, nada disso. Vamos observar apenas que as atividades relacionadas com Logística eram tratadas de forma independente, ou melhor, autônoma, isolada, conforme registros e análises históricas. À medida que os processos industriais, se assim podemos chamar, foram se desenvolvendo, a atividade comercial foi fortalecida e ampliada, evidentemente por novos produtos. Há milênios as descobertas da humanidade, desde a ferradura de cavalos e de certa forma até as máquinas de hoje, atenderam primeiramente aos interesses militares.

Tanta tradição só consolidou uma situação: A Logística como técnica/ciência se fundamentou nas melhores práticas militares conhecidas desde a segunda metade do século XVIII, pelo menos. Sua aplicação como atividade empresarial com fins econômicos foi rápido, porém para ser vislumbrada como atividade econômica e aplicada na área empresarial transcorreu-se mais de um século. Nos últimos 50 anos o mundo empresarial aprendeu que as cadeias produtivas de qualquer natureza, são mais econômicas quando integradas. Considerando, e é fato, que cadeia significa corrente, e que corrente pressupõe diversos elos ligados a dois outros sucessivamente, e apenas desta forma ela pode ser corrente e ser útil, o mundo aprende devagar.

Estas notas e observações históricas servem de fundamento para afirmarmos que a visão humana sempre está influenciada pelos seus interesses. Hoje a visão mais comum de Logística é operacional e tática, sendo que não se devem minimizar os aspectos econômicos. Como qualquer operação industrial e comercial, o resultado favorável na prestação de serviços logísticos também depende de validação de viabilidade em todos os níveis, como técnico, operacional, estratégico econômico e financeiro.

Torna-se mais abrangente quando, para se entender Logística o aluno ou profissional leva em conta que se trata de economia. O valor do bem é definido pelo usuário ou consumidor final. Todo esforço industrial e mercadológico das empresas são anulados se não houver consumo. Há muitas definições de docentes e universitários disponíveis na internet, resultada de visões parciais. Desde a antiguidade só foram obtidos os melhores resultados com a integração internacional no século XX, antes da recente globalização. Para isto precisamos aprender mais rápido, com aplicação. Muitas vezes parece que a Logística é um remédio que elimina todas as incorreções de produtos, de serviços e de infraestrutura.

Cabe reapresentar a definição de Logística, definição que não é de dicionário, mas do CSCMP – Council of Supply Chain Management Professionals: “Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes”.

Atualmente aplica-se o termo, logística ou o termo logístico como diferentes classes gramaticais. Ainda não deparei com o verbo, que felizmente parece-me que não foi usado. A única condição que confere legitimidade à face da logística é aquela que revela o conceito básico de “atender os requerimentos ou requisitos ou exigências, ou necessidades dos clientes, nas condições contratadas”.

Quer você seja um executivo ou um universitário, se preocupe com o atendimento ao cliente de seu processo. Apenas com infraestrutura adequada você pode obter eficácia em Logística, porém não se esqueça que a atuação das pessoas, suas atitudes e comportamento são fundamentais para causar satisfação. Como já foi dito, não esqueçamos que a primeira impressão é a que fica e só temos uma chance de causar esta boa impressão.

C.B.Marra
Vantine Logistics & Supply Chain
Consulting

Participação em Evento

Conferência ECO Transporte & Logística

Idealizada pela NTC&Logística, a segunda edição da Conferência ECO Transporte & Logística, realizada no Hotel Holiday Inn Parque Anhembi, reuniu nos dias 29 e 30 de outubro executivos interessados em debater temas ligados à sustentabilidade econômica no Transporte Rodoviário de Cargas – TRC. Nos painéis, 20 palestrantes se sucederam para tratar de temas como P7 do Proconve, Euro 5, logística reversa, renovação de frotas e compartilhar cases de sucesso.

“Esta conferência é uma iniciativa importante, pois relacionou sustentabilidade ambiental com transporte e logística, um tema absolutamente novo no nosso país”, afirmou José Geraldo Vantine, presidente da Vantine Consulting e que presidiu a mesa de debates durante os dois dias de evento.

Alex Savelli, diretor de negócios de motores para a América do Sul da Cummins, e Marco Saltini, vice-presidente da Anfavea, foram os responsáveis em explicar ao público os aspectos tecnológicos e financeiros do motor Euro 5 e o P7 do Proconve, respectivamente. Segundo Saltini, a aplicação dessas novas regras pode ser um trauma no início, mas traz muitos benefícios. “Além dos benefícios diretos ao meio ambiente, esses produtos são muito positivos para o veículo, consagrados pelo mercado consumidor”, completou.

Savelli, no entanto, lembrou que o surgimento de novas tecnologias não basta se não houver renovação da frota de caminhões. “Projetos que tratam desse assunto são essenciais e precisam ser discutidos com urgência ou nada mudará”, afirmou o executivo da Cummins.

Marcelo Gonçalves, da ABAL (Associação Brasileira de Alumínio), apresentou os benefícios do alumínio na produção de veículos de transporte de cargas e a importância da reciclagem desta matéria-prima, que pode ser infinitamente reutilizada. Na 19ª Fenatran, a ABAL, em parceria com a NOMA, apresentou um protótipo de carroceria aberta feita 100% em alumínio. “O alumínio reduz o peso do veículo em até 10%, o que permite aumento de volume carregado e, consequentemente, redução do número de viagens, o que impacta na emissão de CO2”, explicou Gonçalves.

Fernanda Delboni, gerente de projetos da Key Associados, focou sua apresentação na aplicação das questões aos negócios, mostrou práticas de modelos gerenciais e lembrou que responsabilidade social é um princípio da sustentabilidade. “Ser socialmente responsável deve ser o objetivo das empresas e de seus fornecedores, pois não adianta aplicar modelos ecologicamente corretos se a marca não se preocupa com o bem estar de seus funcionários”, afirmou Fernanda.

Uma das palestras mais elogiadas pelos participantes foi a dos executivos da Borrachas Vipal, Rodemir Conte e Eduardo Sacco, que contaram a experiência da empresa ao se adaptar à Portaria 544 do Inmetro, que determina a etiquetagem dos pneus. O selo no Brasil informará ao consumidor, além de quesitos como resistência ao piso molhado e ruído, o consumo de combustível. Vantine lembra, porém, que as empresas ainda veem a sustentabilidade de uma forma obrigatória e não como uma nova forma de negócios. “Muitas empresas ainda enxergam a sustentabilidade como um custo e não como um valor, por isso palestras como as que ocorreram durante esses dois dias têm muito valor, pois a absorção das informações e a aplicação das diretrizes é um processo lento”, afirmou Vantine.

Sobre o evento, o empresário conclui: “Os presentes estão voltando às empresas com muita informação nova, com a bagagem cheia de conhecimento. Os palestrantes que vieram para a Conferência ECO Transporte & Logística são de alto nível, vindos de empresas de alto valor, renome e credibilidade, acredito que os participantes deverão retornar às suas empresas como muito assunto para debater”.

Também palestraram na conferência representantes das empresas Login Logística, Gol Linhas Aéreas, Randon, Grupo EcoRodovias, Brado Logística, CCR Nova Dutra, Volvo, Zatix Tecnologia, Cargolift, Voticare Solutions, Fnac Brasil, C&A Modas e Veloce Logística, além de José Henrique de Sousa Damiani, diretor de planejamento estratégico e informações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia.

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