VIVENDO A LOGÍSTICA

O CONCORRENTE MORA AO LADO

Escolhemos essa publicação da SuperHiper de Agosto de 1997 para mostrar a história da Logística no Brasil, conteúdo evidencia que a falta de planejamento logístico ocasiona o que hoje a população dos grandes centros metropolitanos tem vivido, ou seja, o congestionamento.

SuperHiper – Agosto/970

J.G.Vantine


PONTO DE VISTA

ACONTECEU: O CAMINHÃO FOI CONDENADO COMO VILÃO

Em vários editoriais passados tratamos em tom de alerta sobre as questões do abastecimento e mobilidade urbana, referindo-se a Lei Kassab. Causou-me estranheza a minha percepção do silêncio (ou omissão) dos setores econômicos diretamente envolvidos com a “City Logistics”, especialmente as organizações representativas dos setores de transportes, grandes embarcadores “indústrias” e varejistas em geral. Não sei exatamente a razão desse comportamento, uma vez que a Prefeitura da cidade de São Paulo foi absolutamente inflexível nas negociações. Conseqüência: A comunidade em geral (da qual eu me excluo) aceitou a condenação dos caminhões, e entendem (incorretamente) que eles são os vilões, os responsáveis pela imobilidade gerada pelos congestionamentos.

E por que não concordo: Primeiro porque as medidas adotadas permeiam a irracionalidade, e digo isto do alto dos meus estudos realizados desde 1992 no CDU – Comitê de Distribuição Urbana (vide em anexo todas as nossas proposições técnicas, operacionais e tecnológicas para harmonização do tráfego de pessoas e mercadorias, e veja também que o tema foi amplamente discutido com cerca de 16 entidades setoriais, conforme lista também anexa). Ressalto neste item não somente a equação de custos, mas também a criação de “CENTRAIS DE TRANSFERÊNCIAS” ao longo das rodovias em pontos distantes entre 50 a 80 km do epicentro da Praça da Sé. E todas as proposições colocadas, a única aprovada foi a criação do VUC – Veículo Urbano de Carga (leia em anexo o Ofício da CET).

Em segundo plano analítico, porém em primeiro como conjuntos das causas, elenco a seguir o que em minha opinião configuram-se como os principais problemas causadores dos congestionamentos da metrópole de São Paulo:

  • O crescimento populacional trouxe conseqüentemente crescimento da frota, não havendo correspondente crescimento da infra-estrutura das vias públicas, com algumas exceções como Nova Faria Lima, Água Espraiada, Túneis Rebouças e Cidade Jardim. Nada que se compare à necessidade de fluidez do tráfego urbano (em artigo em que escrevi há cerca de dois anos, afirmei que: “SÃO PAULO É UMA CIDADE ENFARTADA”);
  • O excesso de veículos de passageiros circulando também é conseqüência do crescimento urbano com fortes ligações a falta de infra-estrutura, principalmente considerando que “as ruas são inelásticas, e que há falta de estacionamento”;
  • Historicamente se reconhecem a indisciplina dos motoristas de carro de passeio, fechando cruzamento em especial;
  • O mau planejamento do transporte de coletivos e a indisciplina de motoristas de ônibus (incluindo-se aí a especificação técnica e as dimensões do ônibus, e rotas);
  • A já conhecida falta de investimento na expansão da rede de Metrô;
  • Rede semafórica antiquada e inoperante.

Vamos, portanto, aguardar resultados, pois espertamente a Prefeitura deu início a regras exatamente coincidindo com as férias escolares. Além do mais, vamos ficar atentos para analisar as conseqüências dessas medidas no que se refere aos abastecimentos (ou desabastecimentos) e aumento de custo de distribuição.

Sinceramente, espero estar errado!

Para aqueles que ainda não conhecem clique no mapa anexo.

Diretrizes CDU
Entidades Setoriais
Ofício CET
Mapa – Áreas de Restrição à Circulação

J.G. Vantine

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