VIVENDO A LOGÍSTICA

INTERMODALIDADE NO CONE LESTE PAULISTA

O Cone Leste Paulista é uma das mais ricas regiões do país, formada por mais de 30 municípios, compreendendo o Vale do Paraíba, Litoral Norte, Sul de Minas e Sul do Rio de Janeiro, com mais de 2 milhões de habitantes, e seguramente o segundo maior PIB per capita do Estado de São Paulo.

São José dos Campos exerce o papel de “Capital Regional” e que também acabou sendo o ponto de convergência de uma das melhores infra-estruturas Logísticas do país. É servida pela mais eficaz ferrovia do país, MRS Logística, cortada pela mais densa rodovia do país, via Dutra, possui uma das melhores pistas aeroportuárias do Brasil e um complexo rodoviário de altíssima qualidade formado pela Rodovia D.Pedro I, Ayrton Senna, Carvalho Pinto e Tamoios, e para completar dispõe do Porto de São Sebastião.

Para discutir este tema a VANTINE realizou em parceria com a ACI – Associação Comercial e Industrial de São José dos Campos o primeiro grande evento de Logística regional denominado “Intermodalidade no Cone Leste Paulista”, em maio de 1997.

Como na maioria de outros temas da mesma forma importantes, confesso que não houve muita evolução nestes onze anos, especialmente no que diz respeito ao aeroporto que continua ocioso, não obstante os esforços de todos da Infraero na logística regional, e por outro lado houve uma evolução com a criação da Companhia Docas de São Sebastião, agora sob comando do Governo de São Paulo.

De importante resultado do evento tivemos a implantação do TECA-SJK (Terminal de Carga do Aeroporto de São José dos Campos) prometido no evento e cumprido pelo Brigadeiro Adyr da Silva. Necessário se faz, no entanto neste ano de 2008 que haja um planejamento sistêmico e integrado entre sistemas viários e infra-estrutura do Estado e dos municípios da região, principalmente São José dos Campos.

O Futuro não pode mais acontecer por acaso!

Intermodalidade no Cone Leste Paulista

J.G.Vantine


PONTO DE VISTA

INFRA-ESTRUTURA | SISTEMA VIÁRIO | MOBILIDADE URBANA

Neste artigo vou focar Infra-estrutura especificamente referindo-me ao Sistema Rodoviário. Desde sempre, dos antigos caminhos até as mais modernas atuais rodovias, “estrada em síntese é a ligação entre dois pontos”, isso sempre foi uma verdade até que as cidades cresceram, os meios de transportes se transformaram e pela globalização o mundo se tornou pequeno.

Sistema Viário sempre foi mal compreendido na essência da sua aplicação, mas em princípio representam a perfeita harmonia do planejamento dos movimentos de qualquer natureza pela superfície, podendo ser focado como arquitetura e urbanismo, movimentação portuária, organização de pátio de aeroportos, etc. Mas os tempos mudaram com o crescimento da população, o surgimento de vários modais de transporte de pessoas e cargas, bem como o aumento da intensidade da movimentação de pessoas e cargas.

Mobilidade Urbana, um termo um pouco mais moderno, de aplicação quase exclusiva em planejamento urbano das grandes metrópoles, porém com o grave problema de focar quase que exclusivamente pessoas em todas as formas de deslocamento, deixando de lado por incrível que pareça o importante segmento do transporte de carga para o abastecimento urbano.

Em verdade hoje, projetos de estradas da alçada do governo federal ou estadual, bem como sistemas viários e projetos de Mobilidade Urbana de alçada dos municípios, devem e precisam ser projetados e planejados de forma sistêmica e integrada, uma vez que no contexto atual estradas são ligações não de dois pontos, mas de pólos geradores (origem/destino) tanto de pessoas como de cargas em geral, nos mais variados modais de transportes. Isto quer dizer que ao se projetar uma rodovia, principalmente as classificadas como “vias fechadas”, devem se levar em conta em todos os municípios que irá cruzar para que se integre ao respectivos sistemas viários, e mais ainda, que estejam em conformidade com as agências reguladoras em especial a ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres, porque na Logística e no transporte de carga a tendência irreversível é a criação de Centros Coletores/Distribuidores (mais conhecidos como Centrais de Distribuição) ao longo da rodovias, servindo como Centro de Transferência para o abastecimento urbano com seus milhares de pontos de venda, através de veículos especialmente projetados para esse fim.

Mas não é isto que acontece, tomando como exemplo do planejamento mal feito e individual, o conjunto de medidas em fase de adoção pela prefeitura de São Paulo, região metropolitana com mais de 20 milhões de pessoas, pelo qual se restringem todos os tipos de caminhões numa ampla área geográfica e com a altíssima relação temporal. Como disse em editorial passado, como se os caminhões fossem os vilões exclusivos do caos do tráfego e trânsito das vias urbanas.

Já passou da hora para que as autoridades “donos das canetas”, bem como técnicos, projetistas e planejadores pensem e ajam individualmente. Já basta o caos que foi criado. O futuro não pode esperar por soluções corretivas e a única solução é o planejamento sistêmico e integrado para construção de estradas, execução de Sistemas Viários e definição de Mobilidade Urbana.

J.G. Vantine

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