VIVENDO A LOGÍSTICA

ESTRATÉGIA LOGÍSTICA DO ESTADO OU DO LULA?

Estamos passando uma fase de certa complexidade no caminho crítico para transição na Presidência da República. Todo fim de governo é assim, mas este atual está apresentando sérios indicadores (altamente ilustrados e comentados na mídia em geral) de que o atual presidente está combinando angústia e desespero, o que, aliás, ficou demonstrado no seu ridículo discurso ao apresentar o símbolo da copa de 2014 acompanhado de seu bizarro discurso. (vide no Link matéria do jornal “O Estado de S. Paulo de 10/07/10”)

Outro aspecto que me deixa (não só a mim, mas a milhões de brasileiros) é a inclinação violenta para a esquerda na direção do Presidente Lula e seu esforço para continuar “Mandando no País” com a eleição da candidata Dilma (veja no Link a entrevista do respeitado advogado, fundador do PT, Helio Bicudo, publicado no jornal “O Estado de S. Paulo” no mesmo dia 10/07/10)

Nesta semana o Governo do Presidente Lula deu a largada para a licitação do T.A.V. – Trem de Alta Velocidade, já conhecido como “trem bala” (o “fura-fila da Dilma) no qual deverão ser investidos $35 bilhões de dólares, sendo cerca de 30% originado do Governo. Com esses $10 bilhões, estou convicto que resolveríamos a grande maioria dos nossos problemas de Infra-estrutura para Transporte Rodoviário, Portuário e Aeroviário de Carga (porque o Ferroviário já tem a sua estratégia direcionada com investimentos públicos – privados).

Paralelo a este anuncio, também temos nesta semana a publicação do balanço do PAC que indica que apenas 46% dos investimentos previstos foram executados nas áreas de habitação, saneamento e infra-estrutura. Mas isto não é absolutamente real, pois analisando o balanço de forma regionalizada vemos, por exemplo, que na minha região do Vale do Paraíba em SP, existem apenas 3 dos 46 projetos, o que representa 1,6% do total dos investimentos de quase 200 milhões, e que mais de 40% dos projetos se quer saíram do papel. Ressalte-se que esse investimento de 1,6% foi totalmente consumido na área de habitação e saneamento e nada de infra-estrutura de Transporte e Logística

Não é hora de assumir compromissos de grande investimento além do que já foi assumido com a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, e jogar para próxima gestão esses problemas (a menos que o Lula tenha convicção do seu 3° mandato incorporado na Dilma), porque já hoje estamos no limite insustentável, por exemplo, no nosso maior Porto, o de Santos que em matéria o jornal “Valor Econômico” dessa semana “Só devido às exportações de açúcar o congestionamento para atracação já atinge 30 dias de espera”! Você tem noção do que isso representa em termos de utilização de frota e custo adicional de nossas exportações?

Então, esta é a hora para o Trem Bala?

J.G. Vantine
VANTINE SOLUTIONS


PONTO DE VISTA

APAGÃO LOGÍSTICO NO BRASIL

O Brasil tem cinco anos para evitar o apagão logístico, caso a economia cresça 5% ao ano. Os principais gargalos estão ligados aos projetos de dragagem dos portos. A falta de gestão também contribui para a morosidade dos portos, aeroportos e acesso das rodovias e ferrovias.

Os primeiros sinais de estrangulamento surgiram em 2008, antes da crise mundial. Na época, alguns terminais operavam acima da capacidade, conforme estudo feito da McKinsey & Company, a pedido do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Representantes do setor industrial temem que o problema se agrave ainda mais neste semestre. A luz amarela já acendeu nos aeroportos de Guarulhos e Viracopos, em São Paulo, em Belo Horizonte, Salvador e Manaus. A pesquisa mostrou que, na área de importação, Viracopos trabalhava com 140% da capacidade, enquanto o aeroporto com nível elevado de capacidade é Guarulhos com 84%; Confins com 34% e Salvador com 58%. Em exportação, Confins atingiu 130% e Salvador, 113% e Guarulhos com 78% da capacidade.

O aeroporto de Guarulhos concentra 54% de toda carga aérea movimentada no país, em 2009 movimentou 337,6 milhões, Viracopos 189,7 milhões e Manaus com 134,2 milhões de toneladas.

Os aeroportos já sentem os efeitos da falta de infraestrutura para o transporte de cargas. Os problemas são iguais aos dos portos: faltam áreas de armazenagem para produtos perecíveis, vacinas, medicamentos e mão de obra suficiente para liberar as mercadorias dentro de padrões internacionais. Por conta disso, houve uma ampliação do tempo de desembaraço dos produtos importados.

Há casos em que a mercadoria demora mais para ser liberada na chegada ao Brasil do que para sair do país de origem, como a China. Esse problema prejudica não só o transporte aéreo, mas também a indústria, que perde produtividade na produção.

Como conseqüência do crescimento da carga aérea em 10% em todo mundo, o governo precisa encontrar logo uma saída para acabar com os gargalos dos aeroportos. A solução é repensar o modelo dos aeroportos, e o melhor caminho na opinião dos especialistas é conceder os serviços à iniciativa privada ao invés da Infraero para dar velocidade aos investimentos para atender a demanda da copa das nações em 2013, copa do mundo em 2014 e olimpíada em 2016.

Finalizando com o apagão da logística a demora cada vez maior para as mercadorias serem transportadas e a falta de previsibilidade, significa mais custos e perda da qualidade de serviços e de competitividade.

Lauro Kamimura
VANTINE SOLUTIONS

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