VIVENDO A LOGÍSTICA

DEFINITIVAMENTE – INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE e de PORTO – NÃO É LOGÍSTICA!!

O destaque da semana é de uma contundência e recorrência revoltantes, se não vejamos:

1.) Caderno Economia e Negócios do Jornal O Estado de São Paulo de 06-05, trouxe uma matéria de capa, com a manchete: Seleiro do País esbarra na Logística;
2.) No mesmo jornal e caderno de 09-05, a manchete: Malha Ferroviária é mal aproveitada no transporte de carga.

Na minha infância, literalmente brinquei de trenzinho (literalmente trem de verdade), filho de pai ferroviário, morei por quase 15 anos no quintal da Estação de Trem de Pitangueiras – SP, na espetacular “CPEF – COMPANHIA PAULISTA DE ESTRADAS DE FERRO” – veja o link) e tendo uma mãe de origem paulistana, vínhamos passar as férias na cidade de São Paulo num maravilhoso “trem de luxo”, com poltronas amplas, ar condicionado e restaurante de primeira.

Tudo isso virou pó, quando a CPEF virou FEPASA, administrada pelo Estado de São Paulo, mais a frente na privatização virou FERROBAN que logo virou BRASIL FERROVIAS e hoje é ALL.

Além de analisar a matéria acima citada devemos levar em conta ainda os projeto políticos de algumas ferrovias (voce pode ver no site da FIESP www.fiesp.org.br, a palestra da ANTT – realizada num Seminário denominado “Os Entraves na Multimodalidade e Competitividade” chamado, ocorrido em 11-05), e concluímos que o setor esta desordenado, (a rota da minha infância ligava a cidade de Colômbia – SP, na divisa do rio Grande em Minas Gerais, utilizando-se do direito de passagem da então SANTOS-JUNDIAÍ veja o link, que esta hoje absolutamente “largada”, “abandonada” (como pode ver no link abaixo, algumas fotos de 60 dias atrás).

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Incoerência? Incompetência? O fato é que a Ferrovia além do mais só é utilizada em 10% da malha, ou seja 4.000 km dos 28.000 km e mesmo assim transportando fundamentalmente granéis, líquidos e sólidos, porque o setor ainda não conhece os requerimentos da indústria de bens duráveis, semi-duráveis e de consumo.

E ai entra também a outra análise, as teses de setores políticos que pregam mudança da matriz de transporte por conta de que o modal rodoviário responde por 60% do que é transportado no pais (90% no Estado de São Paulo), como se por lei, decreto ou passe de mágica fosse possível interferir na prática e no Planejamento Logístico dos embarcadores. O embarcador sabe o que quer e conhece as restrições estruturais e gerenciais dos outros modais.

Os que defendem a bandeira da mudança da matriz de transporte (inclusive altos membros de Confederações, Agencias e do próprio DNIT) mostram plena ignorância do que seja Gestão Logística.

Por final, e não menos importante analiso a manchete do item 1 – acima, pois: O Problema do Agronegócio NÃO é da Logística, mas assim como hoje e por todos os tempos é de INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE e de PORTO. Logística é outra coisa!!!

JG Vantine


PONTO DE VISTA

ARMAZENAGEM – FERRAMENTA PARA A COMPETITIVIDADE

Intensificou-se na década 1980 uma inflação nunca vista antes no Brasil. Desde 1979, devido a problemas ligados à administração da dívida externa e alta dos juros internacionais, ocorreu crescimento nunca visto das taxas inflacionárias no país, que continuaram a crescer ano a ano. Com o Plano Cruzado Em 1986, o governo tentou conte-la, apenas baixando-a a incrível marca de 62% ao ano. O Brasil às portas da hiperinflação, após mais três planos econômicos de contenção, a década encerrou-se em 1989 com a marca de 1764% ao ano, chegando ao máximo de 6584% para o período dos últimos 12 meses, em abril de 1990.

O conceito de que o estoque era eterno , mudou após a recessão da década de 80. A partir da deterioração das empresas, devido à queda dos negócios, a capacidade de fabricação e armazenagem foi praticamente inutilizada. Com a retomada da economia o processo de armazenagem foi visto com outros olhos, sendo observado com maior atenção filosofias como “Just in Time” de Taiichi Ohno, onde empresas como a Toyota, entre outras no Japão operavam com altíssimos índices de produtividade, sem estoque de matéria-prima e em processo durante a fabricação. A obtenção de lucro atualmente encontra-se nesta esfera da administração de materiais.

DEVEMOS SEMPRE LEMBRAR QUE ARMAZENAGEM NÃO ACRESCENTA NADA AO VALOR DO PRODUTO, E SIM AO SEU CUSTO, ONDE TODO CENTAVO GANHO É LUCRO !!!

Gilberto Moreira
VANTINE SOLUTIONS

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