VIVENDO A LOGÍSTICA

A IMPORTÂNCIA HISTÓRICA DA PADRONIZAÇÃO

Estávamos na segunda metade da década de 80, logo após a criação pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados) do Grupo de Estudos para o Palete de Distribuição (GPD), berço do que viria a ser o PBR (Palete Padrão Brasil). Naquela oportunidade, o cenário era extremamente estimulante para a busca da racionalização nas empresas. Primeiro porque o país vivia uma situação inflacionária e contava com um governo desacreditado. Além disso, começava a haver uma pressão muito forte em nosso mercado por parte das multinacionais. Nossa economia ainda dava pouco valor para a redução de custos, porque os ganhos inflacionários sempre foram maiores, mas o quadro começava a mudar.

Como dissemos anteriormente, o setor automobilístico já vinha se favorecendo de técnicas como o just-in-time, que passou a ser adotado também pelo segmento alimentício. E isso foi fundamental para que as grandes indústrias da área e as maiores redes de varejo se empenhassem nos estudos que levariam à padronização.

Em levantamento que fizemos no GPD, identificamos mais de mil modelos de paletes no Brasil. E a mecanização na movimentação de cargas ainda era muito jovem no país. Iniciada no final dos anos 70, ou seja, com menos de uma década de uso de empilhadeiras em depósitos, ela evidenciava que as empresas brasileiras criavam, aleatoriamente, seus próprios tipos de paletes. E a história nos mostra que, quando se adotam soluções individualizadas, os custos de readequação são maiores no futuro. Foi o que aconteceu com as unidades de medidas americanas de milhas e galões diante das britânicas, de quilômetros e litros. Por isso, nossa preocupação em transformar os mil modelos de paletes encontrados em apenas um.

Mas mudar um conceito não é uma tarefa fácil. Levamos dois anos, com reuniões periódicas mensais entre os profissionais de logística daquela época. E vale lembrar que os especialistas de então eram profissionais que executavam funções ainda operacionais nas empresas e não estratégicas, como hoje. Nossa intenção é que eles convencessem suas indústrias a aderir à padronização, o que de fato aconteceu. Na próxima edição, veremos o impacto que estes estudos tiveram em outras três pontas do sistema logístico: a estrutura de armazenagem, a embalagem e o transporte.


PONTO DE VISTA

UMA LUZ PARA O CHÃO DE LOJA

Mais uma iniciativa louvável da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), que já faz parte da história da logística no país, vai contribuir para o aperfeiçoamento dessa atividade. Na semana passada, a Revista SuperHiper, editada pela entidade, convidou alguns dos maiores nomes do varejo nacional para debater e propor soluções para os problemas que afetam o abastecimento das grandes redes de supermercados.

No ano em que completa duas décadas de serviços prestados ao varejo, tratando da racionalização desta cadeia de suprimentos, o consultor José Geraldo Vantine foi convidado pelos organizadores para ser o mediador da mesa-redonda que discutiu o “Chão de Loja”. Ao longo destes 20 anos, Vantine esteve à frente da criação de dois revolucionários projetos para o setor: o do Palete Padrão Brasil (PBR), hoje com mais de 10 milhões de unidades em circulação, e o do Veículo Urbano de Carga (VUC), largamente utilizado pela maioria das grandes indústrias que abastecem o setor.

O evento, idealizado e coordenado pela editora da Revista SuperHiper, a jornalista Susana Ferraz, teve como tema “Estoque: A gestão eficiente da retaguarda de loja”. As discussões serão publicadas em detalhes na próxima edição da revista, que circula nos meses de julho e agosto. É leitura obrigatória para todos os interessados no aprimoramento das relações e de ganhos na cadeia indústria-comércio-consumidor.

Em respeito à exclusividade dos promotores na divulgação dos principais momentos dos debates, não revelamos o conteúdo das discussões, mas uma rápida conferida nos temas e no quilate dos convidados já dá a dimensão do conteúdo.

Para representar os supermercadistas, estiveram presentes Marcos Resca, diretor de Supply Chain do Wal Mart, Darwin Ramos Pavan, gerente de Logística Integrada do Pão de Açúcar, Itamar Andreoli, do Carrefour, Rubens Júnior, diretor comercial do Joanin, Marinaldo da Silva, gerente de Logística do Lopes e Marcos Nassar, diretor do Mambo.

Os fornecedores foram representados por Fábio Miranda, gerente de Logística da Procter & Gamble, Wilson Almeida, gerente de Serviço ao Cliente da Pepsico, José Luís Demeterco, presidente da Standard Logística, Peter Hardtmeyer, diretor da Tecnovarejo, e José Caio, diretor da Sint.


Eles iniciaram a manhã de debates apontando problemas e soluções para o setor na fase pré-loja, mais propriamente nos Centros de Distribuição, como operação (manuseio, pessoal, transporte, etiquetagem, etc.), automação, inventário, segurança e controle de perdas.

Na etapa final, discutiram os gargalos e viabilidades para dentro das lojas em itens como estoque (tamanho ideal, organização, automação, segurança, controle da promoção, etc.), câmaras frias, rupturas e pessoal.

Quem se interessa em estar por dentro do que há de mais atual em termos logísticos no varejo e que pode ser exemplo para outros segmentos não pode deixar de ler a próxima SuperHiper. Para mais informações sobre esta prestigiosa revista, que muito está contribuindo para a evolução dos negócios brasileiros, acesse o site www.abrasnet.com.br.

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