VIVENDO A LOGÍSTICA

DISTRIBUIÇÃO URBANA ANALISE SISTÊMICA

Em continuação à questão relacionada com a Distribuição Urbana lá em 1990, o embrião que criei na ABRAS – Associação Brasileira de Supermercados, e convidando aABIA – Associação Brasileira da Indústria Alimentícia, logo se multiplicou e como dissemos, agregando mais de 2 dezenas de entidades. Foram centenas de horas de reunião com dezenas de profissionais que ao final de profunda e detalhada análise concluiu pela seguinte relação “causa/efeito”. Importante ressaltar que esta análise foi SISTÉMICA, e você pode ver no diagrama abaixo, que colocamos quatro grupos de análise.

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J.G.Vantine.


PONTO DE VISTA

CORREIOS: EMPRESA COM VOCAÇÃO SOCIAL

A atividade postal no País é bastante antiga, remonta ao período colonial, tendo começado há mais de 200 anos. A ECT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, por sua vez, foi criada em 1808, por Dom João VI, com a chegada da família real ao Brasil.

Na minha opinião, os Correios sempre tiveram uma vocação social, de ajudar nas comunicações, na integração territorial e, conseqüentemente,  no próprio desenvolvimento nacional. Acontece que, ao contrário de outras empresas postais voltadas ao livre mercado – como a norte-americana US Post ou a alemã Deutsche Post –, os Correios do Brasil são uma empresa estatal que ora tem exclusividade em determinados serviços, ora compete, com privilégios, pela realização de certas atividades.

Além de gozar do privilégio da exclusividade nas entregas postais de volumes de pequeno porte em todo o território nacional, a ECT compete com a iniciativa privada com vantagens absurdas. Por que os veículos das empresas em geral são afetados pelo rodízio, e a frota dos Correios, não?! Por que as heróicas empresas que competem no mercado pagam uma avalanche de tributos, enquanto os Correios estão isentos (embora haja quem diga que a ECT recolha os tributos, fato do qual eu duvidei a vida inteira…)?!

Chega de tratar os iguais como diferentes e os diferentes como iguais! Ou vale o princípio constitucional da isonomia – todos são iguais perante a Lei –, ou a Constituição vira letra morta.

Por tudo isso, defendo que os Correios devem se voltar para sua vocação social. Afinal, é fundamental que haja a garantia de entrega de correspondência em todos os municípios brasileiros e pelo mundo afora, em benefício de todas as pessoas físicas e empresas. É muito bom que o consumidor possa pagar suas contas também na rede dos Correios. Mas a competição com as agências bancárias, por exemplo, tem de se dar em pé de igualdade, sem privilégios nem exclusividades estapafúrdios. Que os Correios entreguem cartas e encomendas com cobertura nacional, mas que concorram, de fato, com as empresas de encomendas expressas, como transportadores e operadores logísticos. O que defendo, em suma, é o seguinte: que os Correios, enquanto empresa estatal, mantenham sua vocação social e sua função pública, mas que só possam competir com outras empresas em pé de igualdade.

J. G. Vantine