VIVENDO A LOGÍSTICA

SISTEMA LOGÍSTICO

É possível prever que a adoção de medidas que permitam o controle adequado ou redução de seus custos, tenham um impacto considerável sobre as contas de todo os sistemas.

Essas medidas passam, necessariamente, pela determinação de lote econômico, que é a quantidade de itens estocados capaz de diluir os custos fixos se onerar os variáveis, tornando os gastos totais com armazenagem compatíveis com a capacidade de empresa.

Os custos fixos de armazenagem são referentes a imóveis, máquinas e equipamentos. Quanto maior a ocupação do espaço, melhor será o retorno do investimento, pois menor será o custo unitário de armazenagem. Já os custos variáveis oscilam de acordo com necessidade de mão de obra, manutenção do imóvel e das máquinas e preço pago pelos produtos.

A partir de determinado volume estocado, porém, os custos variáveis tornam-se excessivo, elevando o custo unitário de cada item. São necessários, então, novos investimentos que, ao aumentar a capacidade dos armazéns, permitam a obtenção de novo lote econômico. E nesse processo que se passa da técnica manual para a mecânica e a seguir, para a automática, adotando medidas como:

       Transferência do armazém para locais estratégicos , de forma a reduzir os gastos com transporte interno e externo. Por exemplo, a meio caminho entre a fábrica e o mercado consumidor ou entre a fábrica e o fornecedor;

       Alterações na estrutura do armazém , dotando-o de plataformas, docas, que permitam a agilização das operações de carga e descarga;

       Adoção de técnicas de unitilização da carga ;

       Aquisição de equipamentos para movimentação da carga ;

       Desenho de novas técnicas de armazenagem , de forma a adequá-las às necessidades da empresa. Por exemplo, que não precisam movimentar a carga com muita freqüência, e estocam volumes auto-sustentáveis, podem adotar a técnica do auto empilhamento, que permite um alto índice de produtividade, mas pouca velocidade de movimentação. No outro extremo, quando o giro de mercadorias é muito algo, pode-se utilizar estruturas metálicas que recebem a carga paletizada. O índice de produtividade do espaço cai para cerca de 60%, mas é grande a mobilidade permitida no interior do armazém.

A curva dos gastos com estoques pode ser estudada na relação existente entre o volume médio de mercadorias e o custo unitário de sua armazenagem.

Continuamos na próxima edição!


PONTO DE VISTA

O COLAPSO ANUNCIADO

Nesta editorial vou tratar de um dos assuntos industriais mais importante do Brasil, responsável por quase 90% de tudo que se produz em eletro-eletrônico, motos, relógios, vídeos e CDs. Estou falando do Pólo Industrial de Manaus (também conhecido como ZFM), pujante reduto de grandes indústrias queneste ano de 2005 deve produzir e vender para o mercado interno algo como 15 bilhões de dólares.

Você que trabalha em Logística consegue imaginar em tonelagem e metro cúbico o que isto significa? Pois bem, o escoamento desta montanha de produtos, em valores, em média é distribuído 70% no modal rodo fluvial, 20% no modal aéreo e 10% no modal cabotagem.

Neste momento não há problemas no modal cabotagem, pois em média Manaus recebe de 6 a 8 freqüências mensais. No entanto, o modal aéreo já está no limite da disponibilidade operacional, tendo aVARIGLOG cerca de 50% da carga, e o restante dividido entre 2 cargueiras (SKYMASTER e BETA), e os porões de vôos de passageiros da TAM e da GOL. Estas duas últimas não manifestam interesse em colocar na rota aeronaves de carga; SKYMASTER eBETA além de operarem com aeronaves 707 antigas, estão envolvidas nas questões da CPI e não sabemos o que pode ocorrer; e aVARIGLOG única companhia de carga de porte internacional do Brasil já está com a sua capacidade esgotada.

ALERTA : O 2º. SEMESTRE, ESPECIALMENTE A PARTIR DE SETEMBRO É O PERÍODO QUE MAIS DEMANDA TRANSPORTE AÉREO.

No modal rodofluvial a situação se mostra ainda mais crítica, pois no trecho fluvial entre Manaus e Belém 80% das balsas pertencem a uma só empresa, e cobra o preço a que lhe convém, e até mesmo se dá o direito de rejeitar clientes. E os 20% estão na mão de outra empresa, que por ser também transportador rodoviário dá preferência para as suas carretas.

Em minhas constantes reuniões em Manaus tenho alertado os setores empresariais e governamentais sobre esta situação. No entanto, aparentemente nenhuma iniciativa tem sido tomada para estabelecer um plano de contingência, pois “NÃO ADIANTA PRODUZIR E VENDER SE NÃO HÁ COMO ENTREGAR”.

Tenho também estimulado através do Sindicato Estadual do Transporte Rodoviário, a formação de uma empresa específica para implantação e operação do transporte fluvial, mas parece que também as palavras se vão ao vento.

Mas fica aqui novamente, o meu alerta, que serve de título a este editorial: O COLAPSO ANUNCIADO .

J.G.Vantine