VIVENDO A LOGÍSTICA

EUROLOG´89 – PRIMEIRA MISSÃO INTERNACIONAL DE ESTUDOS AVANÇADOS EM LOGÍSTICA

Neste VANTINEWS daremos seqüência à nossa edição anterior, na qual iniciamos a história e experiência vivida na nossaEUROLOG´89. Aqui continuamos a contar um pouco mais sobre as visitas técnicas:

FRANÇA

CASINOJá em 1989 o CASINO, era amaior Rede de Supermercados da França e uma das maiores da Europa, com mais de 1.200 lojas e faturamento na casa dos US$20 bilhões naquele ano. Hoje oCASINO se internacionalizou por toda a Europa, e aqui no Brasil é sócio 50% da Família Diniz no Grupo Pão de Açúcar. A visita técnica trouxe alguns novos conhecimentos de Logística, tendo em vista que a característica das lojasCASINO é de Supermercado, não de Hipermercado como o Carrefour. São lojas de porte pequeno, com cerca de 2.000 m2 e uma grande variedade de produtos, com mais ou menos 20.000 SKU´s, e geralmente localizadas em regiões de alto valor imobiliário (característica de lojas de vizinhanças). Desta forma, era necessário um ressuprimento contínuo, pois havia pouco estoque nas lojas, e “stock-out” não podia ultrapassar 1%. Visitamos a Central de Distribuição de produtos secos, bem como a central de processamento FLZ (frutas, legumes e verduras). No CD de produtos secos, também ficou evidente a necessidade da padronização de palete padrão, pois todos puderam ver o excelente nível de aproveitamento na relação m3/m2, e também ficou muito claro o consumo de embalagem modular, formando perfeitas UPC´s (Unidade Padrão de Cargas). ESTA VISITA INSPIROU-ME DEFINITIVAMENTE PARA A CRIAÇÃO DO PBR (Palete Padrão Brasileiro) E DO VUC (Veículo Urbano de Carga).

DANONE: No final dos anos 80, aDANONE do Brasil era uma das mais desenvolvidas na DISTRIBUIÇÃO FÍSICA. Tinha lá nosso amigo, Ernesto Promenzio (Sócio-fundador da ASLOG), um dos primeiros Engenheiros da Poli-USP a atuar nesta área, e trouxe bastante conhecimento da DANONE da França. Esta visita da Central de Distribuição mostrou aos participantes a grande importância da SINCRONIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO E DA DISTRIBUIÇÃO. Na parte de Gestão, pudemos ver pela primeira vez, Softwares baseados no conceito DRP – Distribution Replenishment and Planning, e na parte de Infra-estrutura a utilização de trans-elevadores robotizados (a exemplo que vimos na Espanha), tendo em vista a fábrica estar localizada numa região de alto custo por m2 de área.Outro ponto muito importante desta visita, foi a utilização de veículos modulares no conceito de “carreta mãe”, fazendo transbordo para veículos urbanos em postos de gasolina. E este modelo operacional de distribuição, o Ernesto Promenzio, implementou com muito sucesso aqui no Brasil.

HOLANDA

PHILIPS: A PHILIPS do Brasil já se destacava como um “benchmarking” na área de Logística, tendo inaugurado nos anos 80 a mais completa Central de Distribuição na via Dutra em Guarulhos, onde hoje funciona a DHL Solutions. Esta visita foi de extrema importância, pois aPHILIPS estava ao mesmo tempo ampliando a quantidade de produtos (SKU´s), e também se preparando para a criação da Comunidade Econômica Européia, que seria implementada anos após. Com isso pudemos ver, a aplicação de conceitos poucos usados hoje no Brasil como “Postponement”, isso porque ao entrar para a Comunidade Européia, com as exportações livres de barreiras, cada produto teve que ser adaptado aos países e aos gostos dos consumidores. Também outro destaque importante desta visita, foi ocrescimento do que havia de mais avançado em WMS, pois a PHILIPS foi uma das pioneiras no desenvolvimento e utilização deste sistema, através de parceiras holandesas na área de Tecnologia da Informação.

Continuamos na próxima edição.


PONTO DE VISTA

MRS – O EXEMPLO DO MODAL FERROVIÁRIO.

Tanto eu como muitos outros articulistas e profissionais, vem ao longo do tempo fazendo certas críticas a baixa velocidade de evolução das Companhias Ferroviárias, em especial aquelas que atuam na região Centro-Oeste e na região Sul, assim como: MRS, BRASIL FERROVIAS ou mesmo ALL. No entanto,elas têm tido alguma evolução, procurando se desenvolver dentro do possível.

Eu destaco em especial, a posição daMRS que está evoluindo fortemente no transporte de contêiner, e inclusive no transporte de curta distância, que são elementos praticamente novos no transporte ferroviário brasileiro, até porque, existe um paradigma dentro da análise de transporte que, o transporte ferroviário se viabiliza apenas em distância acima de 600/700km.

Mas na verdade, eu destaco esta experiência, para que você veja, a experiência que MRS já transformou em realidade com as Companhias das Indústrias de Automóvel como: aVOLKSWAGEN, GENERAL MOTORS na região do Vale do Paraíba, bem como a CHRYSLER na região Sul de Minas, utilizando o Porto do Rio de Janeiro e Porto de Santos para exportação, principalmente exportação de peças, e importação de outros componentes.Essa combinação tem tido muito bom resultado.

Segundo informações do nosso amigo,Presidente da MRS, Julio Fontana, esse ano deve atingir cerca de 40mil TEUS, ou seja, 14.000 contêineres de 20 pés, nesse tipo de transporte, nessas regiões entre o Vale do Paraíba e Sul de Minas, Porto de Santos e Porto do Rio de Janeiro.

Pena que ainda não está viabilizada o Porto de São Sebastião, que seria então uma grande saída de economia de custo.

De qualquer maneira fica aí, nossos Parabéns a MRS, que sirva de exemplo à todos vocês.

J.G.Vantine