VIVENDO A LOGÍSTICA

SAINDO DA FÁBRICA EM DIREÇÃO AO MERCADO

Como temos relatado nas últimas edições, a logística nos anos 80, no Brasil, teve forte característica industrial.Mas, a partir de meados da década, com a introdução da definição de LOGÍSTICA INTEGRADA, pelo CLMCouncil of Logistics Management, o início da década de 90 já indicava a direção além das fronteiras das paredes das fábricas.

O artigo reproduzido nesta edição foi escrito por nós e publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 20/08/91 – é um dos últimos que trata da visão operacional da logística industrial. Um tema recorrente, que desenvolvemos durante os anos 80. Não que ele perca a importância na década de 1990, Muito pelo contrário:MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM passaram a ter especial interesse, principalmente nas redes atacadistas, varejistas e, mais à frente, no final da década de 1990, com a chegada do e-commerce. E passou a exigir consequentemente da engenharia de produção, da engenharia de processos e da engenharia de métodos, muito utilizado na indústria, mas pouco visível pelas outras empresas em 1991.

Matéria – Movimentação de materiais, arte de racionalizar com economia

 J.G. Vantine.


PONTO DE VISTA

EFICÁCIA NA GESTÃO DE ESTOQUES

Em toda a cadeia logística, quaisquer que sejam as origens da matéria-prima – mundo animal, mundo vegetal ou mundo mineral – que lá na frente vão gerar os produtos finais para consumo de qualquer natureza, nós vemos que, em todo ciclo, existe um aspecto que eu reputo como de extrema importância para a gestão logística, porém muita antiga, que é a GESTÃO DE ESTOQUE. Por que estou tratando desse tema, nesta data?

Especificamente, porque, em cada momento da cadeia, em cada pedaço da cadeia logística, o estoque tem um grau de importância. Claro que, lá na estação no minério, o estoque às vezes até que é necessário que seja grande. Porém, lá na ponta, lá no final, onde nós temos a interface entre o varejo e o consumidor – ou, até um pouco pior, a interface entre a indústria e o consumidor, muito comum hoje na indústria automobilística, por exemplo –, aí a GESTÃO DE ESTOQUE é importante.

Veja este exemplo das indústrias de automóveis: é comum você escolher o seu carro, escolher o seu automóvel, o seu acessório. Naquele momento em que você entregou o pedido numa concessionária de veículo, ela gerou uma ordem de produção. Automaticamente, na indústria essa ordem de produção gera uma necessidade de produtos, que nem sempre estão no estoque, e isso gera o que é necessidade de uma entrega emergencial, através de um pedido colocado rapidamente para seu fornecedor. Por quê? Porque nós clientes queremos receber aquele automóvel na data prevista. Por essa razão, a gestão de estoque precisa ter hoje um tratamento muito mais dedicado por parte de quem faz gestão logística. Porque ele faz a diferença muitas vezes, na satisfação do cliente. E muito mais que a satisfação do cliente para a sua empresa importa a diferença do lucro.

Porque a entrega do produto significa a receita mais rápida, então a relação entre ESTOQUE, PRONTAENTREGA e RECEITA e LUCRATIVIDADE é muito grande.

J.G. Vantine