VIVENDO A LOGÍSTICA

A LOGÍSTICA ULTRAPASSA FRONTEIRAS

Retomando a trajetória da VANTINE, em outubro de 86 participei, pela primeira vez, como conferencista da Câmara Argentina de Supermercados e da Indústria Alimentícia, na cidade de Buenos Aires.  Embora nesta época, tanto o Brasil quanto a Argentina passassem por sérias conseqüências em função de hiperinflação e mirabolantes planos de estabilização da moeda (Plano Cruzado no Brasil, e Plano Austral, na Argentina), a Logística começava a merecer mais atenção, por mais que seus custos fossem irrelevantes comparados aos lucros não operacionais gerados pelas elevadas taxas de inflação. E neste ambiente, em Buenos Aires, apresentamos o tema Logística e Distribuição Física no cenário de hiperinflação, para uma platéia formada por mais de 500 pessoas, dos setores da indústria, atacado e supermercados. Ressalto que, nesta oportunidade, o Mercosul não passava de uma tênue e distante idéia.

Neste mesmo ano de 86, no mês de novembro, iniciei um ciclo de cursos sobre embalagem de transporte em alguns países da América do Sul, contratado que fui, como consultor, pela OEA (Organização dos Estados Americanos). O primeiro evento foi na cidade de Chiclayo, no Peru. O objetivo do curso, que teve duração de 32 horas, foi desenvolver a competência dos produtores de mercadorias frescas (frutas e legumes), de maneira que pudessem atender às exigências do mercado americano, e conseqüentemente, aumentar as exportações peruanas.

Quero ressaltar que, a embalagem de transporte (assunto já tratado no VANTINEWS nº 5, de 26/04/04), sempre foi desenvolvida sob o foco da Logística, correlacionando espaço, tempo e custo.  Esta metodologia  foi originalmente desenvolvida por mim na General Motors, e posteriormente aprimorada durante os anos em que lecionei na FUNCEX (Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior).


PONTO DE VISTA

RUPTURA DE ABASTECIMENTO CAUSA PREJUÍZO ÀS EMPRESAS

Uma das mais importantes funções do gerenciamento da cadeia de abastecimento é a eficácia do pipeline, que tem como principal elemento a eficácia da relação entre velocidade de ressuprimento e gestão de estoques.

Desde a década de 90, a maioria das cadeias logísticas tem procurado soluções que permitam trabalhar com baixo estoque, tendo como maior exemplo de sucesso o Sistema TOYOTA de Produção (just in time). Mas, na maioria dos casos, o céu não é azul, tendo em vista a falta de flexibilidade e confiabilidade na gestão dos processos envolvidos. E a conseqüência é a ruptura nas vendas.

De acordo com estudos realizados pela A. C. Nielsen, apresentados na ExpoAbras no último dia 15/09, o nível de ruptura no Brasil, na interface logística entre a indústria e o varejo, é de 8%, de um total de R$ 87 bilhões em vendas previstas para este ano. Ainda segundo as mesmas pesquisas, cerca de 40% destes 8% (ou seja, 3,2%) são gerados por falta de sincronização na Logística entre as empresas e são considerados como “vendas perdidas”, somando o equivalente a R$ 2,784 bilhões.

Portanto, fica aqui o nosso alerta aos gestores e Logística, para que procurem verificar as causas e quantificar os valores, visando o aumento da eficácia logística e da lucratividade do negócio. E lembre-se: uma venda só se concretiza com a entrega do produto na hora certa, na quantidade certa e no lugar certo.

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