VIVENDO A LOGÍSTICA

A SEMENTE DA ASLOG

Em continuidade a edição anterior, procurei trazer para aqueles profissionais em 88, a minha vivência e experiência de Associações de Logística na Europa, principalmente a minha experiência entre os anos 85 e 88 na França, quando me tornei membro da ASLOG FRANCE e doILDM – Institute of Logistics and Distribution Management, atualmente IL – Institute of Logistics, na Inglaterra. Ambas entidades tinham o objetivo de ter como associados apenas os profissionais e como metas as discussões e proposições oriundas das experiências das mais variáveis empresas, com vista a estabelecimento de padrões e técnicas em continua evolução. Certamente estas entidades procuravam manter estreitas ligações com entidades representativas setoriais e órgãos governamentais, principalmente naquela época em que a Europa estava discutindo a unificação que viria ocorrer anos depois.

Na verdade procurei encaminhar para este grupo pioneiro, mais fortemente o modelo da ASLOG FRANCE, tanto assim que utilizamos até o mesmo nome e muito dos estatutos dos objetivos da entidade francesa.

Foi muito rica experiência e pessoalmente vivenciei na Europa, o que viriam trazer no futuro discussões que lá estavam em estágio avançado como a padronização de Palete para circulação na comunidade econômica européia, como leis e normas técnicas de caminhões e sistemas de carga, através várias participações em reuniões e seminários inclusive na sede administrativa oficial em Genebra na Suíça, com todos os países que iriam integrar a União Européia.

A inspiração que procurei transmitir naquela reunião do dia 20/julho/88 foi extremamente válida, pois norteou o que no futuro seria a ASLOG BRASIL.

Certamente a partir desta reunião foram sendo abordadas as experiências, vivências técnicas e práticas oriundas de cada um daqueles profissionais pioneiros, bem como das empresas que ele representaram. E isto você poderá conferir na próxima edição.


 

PONTO DE VISTA

DISTRIBUIÇÃO URBANA: O CERCA VAI FECHAR


Prefeito de São Paulo, José Serra, assinou decreto no dia último dia 06/04,ampliando as restrições para distribuição urbana, fundamentado nas dimensões de veículo e pontos de entrega que só pode abastecer das 22 às 6 horas em dias úteis e das 14 horas à meia-noite aos sábados, domingos e feriados.

Este decreto estabelece que os grandes estabelecimentos comerciais e de serviços da cidade, como shoppings, hipermercados, postos de combustíveis, hospitais e até a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), não poderão mais carregar e descarregar mercadorias durante o dia, a partir de 7 de maio, objetivando a melhorar o trânsito.

Importante ressaltar que a VANTINEcriou o Comitê de Distribuição Urbana no início dos anos 90 com apoio institucional da ABRAS – Associação Brasileira de Supermercados,envolvendo cerca de 15 entidades setoriais diretamente relacionadas com a Indústria e o Varejo dentro do foco da distribuição urbana. Foi um trabalho sistêmico elencando 15 propostas de soluções em grupos de simetria:

Infra-Estrutura
Tecnologia da Informação
Gestão Comercial
Planejamento Logístico

Parte das ações, principalmentePlanejamento Logístico e Comercial,diretamente ligado com gestão de abastecimento e vinculados a modelos de novas técnicas de distribuição.

A parte de Tecnologia da Informaçãotambém diretamente sob responsabilidade das empresas fundamentadas no EDI, e nos dias de hoje, perfeitamente viável com a utilização da Internet e do sistema integrado de transferência de informações eletrônicas.

No grupo de Infra-estrutura a nossa conclusão foi que a disponibilidade dos meios circulantes, ruas, avenidas, etc, era finita, e que dentro do Plano Diretor da Prefeitura as prioridades de mobilidade urbana colocaram em 1º. lugar o transporte coletivo de passageiros, 2º. lugar o transporte particular de passageiros e em 3º lugar o transporte de cargas.


Verificamos também que não havia interconectividade entre os vários órgãos da Prefeitura para aprovação das instalações de Shopping, Mega Loja de Supermercados, e seu impacto no aumento do fluxo e nem dos picos de transportes, mas no quesito legislação, conseguimos um relativo sucesso depois de longa negociação com o então Presidente da CET – Companhia de Engenharia de Tráfegos , Sr. Nelson Maluf, e o então Secretário Municipal do Transporte, Sr. Getulio Hanashiro, e conseguimos aprovar a alteração da lei municipal, nascendo aí o VUC – VEICULO URBANO DE CARGA, com projeto básico e conceitual criado pela VANTINE após profundos estudos que realizamos na municipalidade de Paris de onde trouxemos o conceito de projeção do Sol e a geração de sombra alterando virtualmente o conceito de ocupação de espaço e mobilidade de veiculo de carga

VUC teve ainda através de negociação com a ANFAVEA inovações tecnológicas. Pois o veículo deveria, como de fato tem, a manobrabilidade similar de carro de passeio e relação de potência acoplado ao câmbio, que permitisse a perfeita adequação de operação e redução de custos operacionais.

O VUC foi concebido com base na utilização da unidade UPC – Unidade Padrão de Carga, decorrente do PBR, cuja área de carga poderia comportar 3 paletes “side by side” e até uma capacidade de carga líquida de 5600 kg.

O futuro iria dizer se o VUC seria sucesso. E passados 11 anos, cabe a você o julgamento.

Para finalizar, nossa opinião é que esse novo decreto é inócuo.

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