VIVENDO A LOGÍSTICA

VIVENDO A LOGÍSTICA 231

Ultimamente estamos vivendo a “segunda onda da confusão”. A primeira foi confundir Transporte com Logística, e a segunda é confundir Logística com Supply Chain. Na edição N°56

(Abril/98) da revista LOGÍSTICA MODERNA (editada pelo VANTINE), publicamos dois artigos acadêmicos que merecem uma detalhada leitura, uma vez que seus autores são reconhecidos internacionalmente.

Continuando construindo a história da logística no Brasil esperamos que a nossa visão correta de 10 anos atrás seja útil para a sua reflexão e seu aprimoramento profissional.12

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J.G. Vantine


PONTO DE VISTA

MOBILIDADE & DISTRIBUIÇÃO URBANA

Não sou especialista, porém acredito que 80% das invenções ou inovações de alto impacto criadas pelo homem ocorreram no século XX e na primeira década do século XXI. Isso em todas as áreas! O que, no entanto o homem está descobrindo muito tarde é o lado negativo dali originados, entre tantos problemas, o mais preocupante e desconhecido é o aquecimento global e a poluição generalizada do meio ambiente. Mas no nosso mundo da Logística certamente o maior problema gerado pela invenção dos meios de transportes rodoviários, é a MOBILIDADE, que de maneira ampla certamente nunca havia sido discutido até a década de 80.

Segundo estudos recentes da NTC&Logística, as atuais restrições de DISTRIBUIÇÃO URBANA na cidade de São Paulo representam em média um acréscimo de custos de transportes de 15%, isto sem contar a somatória dos efeitos já conhecidos e que anteriormente já impactavam nesses custos.

Segundo a FGV–SP, através de estudos de impacto econômico do transporte urbano na economia em São Paulo constatou-se:

  • 12% do PIB nacional estão concentrados na Grande São Paulo;
  • 36% do PIB paulista estão concentrados em São Paulo;
  • 39% do valor agregado industrial estão no estado de São Paulo;
  • 60% do valor agregado de serviço estão na cidade de São Paulo;
  • Em Janeiro de 2003 circulavam em São Paulo 4,2 milhões de veículos, e em março de 2008 já chegava em 5,5 milhões de veículos;
  • Entram em circulação por dia em São Paulo 680 veículos.

Outro ponto importante deste estudo é sobre o chamado “ÍNDICE DE CONGESTIONAMENTO – IC”, criado pela CET/SP, mostra que na implantação da lei do rodízio (LEI 12490/97), em 1996 o IC era de 79 km (no período 7h-10h) e 123 km (no período 17h-20h), no entanto em 2007 percebe-se a anulação do ”EFEITO RODIZIO”, pois o IC médio foi de 85 km e 120 km, respectivamente.

Para nós da Logística, este tema é muito mais sério do que se possa imaginar. O COLAPSO É CERTO, A QUESTÃO É QUANDO VAI OCORRER!

Certamente as soluções em São Paulo como em outras cidades são de alta competitividade, até mesmo porque o conceito de planejamento urbano é conhecido como “MODELO ARTERIAL CONCENTRICO”, bem como desprovido de senso de orientação de crescimento através do conceito de polarização. Desta forma, devem existir soluções em 4 setores: Curtíssimo Prazo; Curto Prazo; Médio e Longo Prazo (por exemplo, as de curto prazo, como a lei da FAB costumam ser inevitáveis e as de Longo Prazo como de Infraestrutura exigem fortes investimentos).

Assim sendo, a minha recomendação aos Logísticos é que fiquem atentos e já comecem a antever soluções, pois o agravamento contínuo é irreversível para a Distribuição Urbana para a cidade de São Paulo.

JG VANTINE

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