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Ligação é essencial para escoamento da produção do Pólo Industrial de Manaus

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Para atender à necessidade de transportes das empresas, estão previstas obras no valor de R$240 milhões para a rodovia e melhoria de portos, aeroportos e terminais de carga.

A Manaus- Belém- Brasília inclui a mais importante hidrovia brasileira e é a rota rodofluvial de maior intensidade de transportes do Brasil”, avalia José Geraldo Vantine, presidente da Vantine Consulting, empresa de consultoria de Logística em Supply Chain Management, especializada em logística. Antes do crescimento da produção industrial da Zona Franca de Manaus, a rodovia Belém- Brasília servia apenas como integração do Pará ao centro do Brasil, ao mesmo tempo em que o Rio Amazonas atendia apenas ao transporte regional.

Atualmente, a rota passou a ser essencial para o desenvolvimento do país: o Pólo Industrial de Manaus responde por quase 100% da produção e vendas de eletrodomésticos  e motocicletas nacionais e fechou 2010 com uma movimentação de mais de R$ 50 bilhões, entre as 500 indústrias locais.

Instalada em Manaus desde 1996, a Samsung acaba de sair de um complexo industrial de 55 mil metros quadrados para uma planta de 120 mil metros quadrados de área construída. No ano passado, fabricou 13 milhões de produtos no Amazonas, entre televisores, equipamentos de som, monitores de computadores, discos rígidos e câmeras digitais. “Em 2011, passamos a fabricar celulares e monitores de cristal liquido (LCD)”, afirma Benjamim Sicsú, vice presidente de novos negócios para a America Latina da Samsung.

A logística de transportes é peça chave para o crescimento da produção da marca em Manaus – a unidade é responsável por 2% do total produzido pela fabricante em todo o mundo. Todos os insumos chegam á fabrica por dois portos da cidade – Chibatão e SuperTerminais – e 50% dos equipamentos seguem via barcaças até Belém, capital do Pará. De lá, viajam para o Brasil inteiro pela Belém- Brasília. O restante da produção segue por cabotagem, em direção ao Sul do país.

Os portos de Manaus precisam ser melhorados, faltam fiscais do Ministério da Agricultura para liberar o material desembarcado e a Belém- Brasília precisa de segurança para os caminhões, principalmente dentro do Pará”, avalia Sicsú, que já foi secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior (MDIC) antes de trabalhar na iniciativa privada.

De acordo com o executivo da Samsung, por conta das dificuldades de infraestrutura e transportes, os custos logísticos da produção de Manaus são, em média, quatro vezes mais altos que os da planta da fabricante em Campinas, em São Paulo. “Mas apostamos na região e vamos construir um centro de distribuição de 30 mil metros quadrados. Também passaremos a fabricar tabletes a partir de agosto”, destaca.

Foi durante uma viagem à capital do Amazonas, em 1978, que o empresário gaucho Iriani Bertolini resolveu criar a Transportadora a Bertolini. “Percebi a necessidade de mais transporte para as empresas da região”, o lembra. Atualmente, a companhia, sediada em Manaus, realiza transporte rodoviário e fluvial para clientes como Honda, Panasonic e Yamaha, todas com fabricas na Amazônia. A transportadora tem 3,2 mil funcionários e faturou R$ 427,6 milhões no ano passado, resultado 25% maior do que no ano anterior.

Para fazer entregas a partir da Manaus- Belém- Brasília- são 750 milhões de toneladas no eixo rodoviário e um milhão de toneladas de grãos, via Rio Amazonas, em media,ao ano-,a transportadora usa mais de 1,7 mil semirreboques e 90 balsas. Ate setembro, pretende aumentar a frota de caminhões em 5%. Segundo o empresário, 80% das cargas seguem pela rodovia.

Valor Especial: Caminhos da Amazônia – A Logística do Desenvolvimento