VIVENDO A LOGÍSTICA

PARCERIA x BARREIRAS

Na Revista SuperIlha de dezembro/96 publicado pela Associação Capixaba de Supermercados foi publicada uma matéria com o tema “A Comercial Arte do Dar e Receber”, cujo texto aborda as primeiras iniciativas concretas para estabelecimento de práticas e rotinas para aumentar a eficácia da Logística entre as indústrias fornecedoras e a redes de supermercados.

No mês seguinte, em janeiro/97 foi publicado um artigo de minha autoria na Revista SuperHiper com título “Barreiras Operacionais Prejudicam Eficácia”, também abordando o mesmo tema, elecando as principais restrições para o sucesso das parceiras.

Os dois artigos, em link abaixo, merecem sua leitura, uma vez que 12 anos após estes registros históricos, conclui-se que a evolução foi muito pequena.

J.G.Vantine

A Comercial Arte do Dar e Receber
Barreiras Operacionais Prejudicam Eficácia


PONTO DE VISTA

VEJA ERROU! O CAMINHÃO É VÍTIMA E NÃO VILÃO!

Em matéria de capa publicada no último final de semana pela Revista VEJA SÃO PAULO (www.vejasaopaulo.com.br) de 23/04/08, injustamente colocou o caminhão como o único e grande vilão do caos do trânsito de São Paulo e, por conseqüência, das outras grandes cidades.

A jornalista Maria Paola de Salvo na verdade foi extremamente tendenciosa, possivelmente porque não entende nem de tráfego e nem de trânsito, e por isso buscou o caminho mais fácil em colocar nos caminhões a culpa pelos constantes e enormes congestionamentos.

Ora, o caminhão é um meio e não um fim, é a parte integrante de todo um complexo relacionado com o abastecimento urbano e este por sua vez inferido num contexto mais amplo e complexo conhecido como MOBILIDADE URBANA. E tenho certeza que assim, como a jornalista, poucos entendem o que de fato significa a MOBILIDADE URBANA.

O caminhão, instrumento de operação Logística é vítima pelas principais seguintes razões:

1) Falta de planejamento urbano sério e competente. Em 1994 reuni quinze entidades dos setores de Produção, Distribuição, Varejo e Transportes, e durante vários anos discutimos problemas e propostas de soluções para a Distribuição Urbana classificando-os em quatro categorias: Operacional l Técnico l Comercial l Infra-estrutura, e já propusemos quinze alternativas, entre elas destacando a relação matricial de entre tipo de veículo de carga (pequeno, médio e pesado) com região geográfica e horários de circulação (relação Espacial x Geográfica x Temporal). Ninguém levou a sério e agora o Prefeito Kassab tira da cartola medidas draconianas, sabe lá baseada em que estudos técnicos.

2) Propus e desenvolvi o conceito geral do VUC – Veículo urbano de Carga com base em estudos que desenvolvi em cidades da Europa e no Japão. Tendo como princípio a ocupação de espaço nas vias públicas com comprimento equivalente a 50% de veículo de passageiro, capacidade de 06 PBR, carga líquida de 5.600kg e com mobilidade equivalente de um automóvel (relação potência x peso, câmbio automático e direção hidráulica com alto giro). Na relação citada no item 1 o VUC não tem restrição geográfica e nem temporal.

3) O segundo tipo de veículo, conhecido com a sigla VLC – Veículo Leve Carga, teria capacidade de até 10 PBR, carga líquida de 12 ton e seria livre para circulação sem restrição geográfica, excetuando-se os horários definidos pela “Lei do Rodízio”.

4) Veículos de carga de qualquer natureza, não incluídos nas categorias VUC e VLC com operação permitida nos horários das 22h00 até 06h00.

Além do mais, essa matéria da Veja São Paulo, por mais que contenha dados estatísticos corretos, continua sendo injusta e colocando o caminhão Vilão, embora seja vítima pelas seguintes razões complementares:

  • O crescimento populacional trouxe conseqüentemente crescimento da frota, não havendo correspondente crescimento da infra-estrutura das vias públicas, com algumas exceções como Nova Faria Lima, Água Espraiada, Túneis Rebouças e Cidade Jardim. Nada que se compare à necessidade de fluidez do tráfego urbano (em artigo em que escrevi há cerca de dois anos, afirmei que: “SÃO PAULO É UMA CIDADE ENFARTADA”);
  • O excesso de veículos de passageiros circulando também é conseqüência do crescimento urbano com fortes ligações a falta de infra-estrutura, principalmente considerando que “as ruas são inelásticas, e que há falta de estacionamento”;
  • Historicamente se reconhecem a indisciplina dos motoristas de carro de passeio, fechando cruzamento em especial;
  • O mau planejamento do transporte de coletivos e a indisciplina de motoristas de ônibus (incluindo-se aí a especificação técnica e as dimensões do ônibus, e rotas);
  • A já conhecida falta de investimento na expansão da rede de Metrô;
  • Rede semafórica antiquada e inoperante.

Portanto, matéria desta natureza nada acrescenta à discussão de um tema tão complexo como Mobilidade Urbana, e ao final pergunto à Jornalista: Como abastecer centenas de milhares de pontos de uso e consumo distribuídos pela cidade? E muito conveniente seria se na matéria a jornalista pudesse ter sido mais esclarecedora ao mostrar as atitudes dos motoristas, que por falta de espaços ou opções são obrigados a transgredirem as regras.

J.G. Vantine

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