VIVENDO A LOGÍSTICA

FAZENDO HISTÓRIA

Em 26/03/2004 publicamos a edição nº1 do VANTINEWS. Exatos 7 anos atrás, tive a idéia de publicar nossanewsletter visando disseminar notícias, novidades e especialmente a nossa experiência atrelada à nossa opinião sobre os fatos relevantes da área de Logística e Supply Chain.

Para mim, essa edição nº 300 no 25º ano de fundação da VANTINE SOLUTIONS representa muito, porque é mais um marco em nossa história de sucesso obtido pelo esforço e dedicação de todos os nossos colaboradores.

Representa também os registros da história, da evolução e dos fatos relacionados com nossa área, tendo sob o foco da gestão empresarial como na ótica da infraestrutura e da decisão política que tanto influenciam nossa atividade.

E aproveito o contexto histórico dessa semana da visita do presidente Obama ao Brasil, emprestando uma frase da jornalista Luciana Coelho (correspondente do jornal Folha de São Paulo em Boston) em seu artigo publicado em 20/03/11 comentando o seu primeiro discurso: “APREÇO NÃO É APOIO E PARCEIRO NÃO É ALIADO”.

Refleti sobre isso porque coincidentemente na semana que passou, participei de um evento com grandes e importantes empresas no qual praticamente todas citaram duas siglas que remetem ao tema “Parceria” e “Aliança Estratégica”: S&OP (Sales & Operation Planning) e CPFR (Collaborations Planning, Forcast & Replenishment).

E fui um pouco mais atrás, por volta de 1995 em convenção internacional de supermercado em Chicago, assisti palestra do Michael Hammer (criador do termo e do conceito de “Reengenharia”), que disse: “Estamos reconstruindo empresas para o século 21 com práticas, métodos e modelos do século 19. E por coincidência nesse mesmo evento foi lançado pela primeira vez o CPFR, fundamentado e estruturado exatamente na filosofia da reengenharia. Mas aqui no Brasil “o negócio” não pegou! Por quê? Porque a base de tudo é a re-estruturação dos processos (especialmente comercial e Logística) ancorada no conceito de “Parceria”.

Aí é que foi o problema! Por falta de fundamentação dos profissionais envolvidos, praticamente nada mudou (e vi isso no evento da semana passada). E nada mudou porque, como disse a jornalista: Parceiro é parceiro, e cada um defende seu interesse próprio primeiro. Isso não é ser aliado, porque isso exige aliança sólida, e essa exige ruptura processual e organizacional. Ressuprimento contínuo como? VMI (Vendor Managed Inventory) como?

Analise bem. Os problemas hoje debaixo do guarda-chuva de Supply Chain são até maiores do que lá na minha época de General Motor, devido à compressão do “pipeline” e do drástico aumento da velocidade da informação.

S&OP pode ou não incluir o CPFR, mas o contrário não é verdade. Sejam realistas! Hammer tem razão.

E completo a minha análise sugerindo aos profissionais de cargos executivos de vendas, Logística e Supply Chain, que exercitem os pilares fundamentais criados nos anos 80 pelo meu mestre e amigo Martin Christopher.

E recomendo: ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA, FIQUE COM AS DUAS.

J.G. VANTINE
Vantine Logistics Solutions


PONTO DE VISTA

“O IMPACTO DO IMPROVÁVEL NA LOGÍSTICA”

“A ocorrência de um evento altamente improvável é equivalente à não ocorrência de um evento provável”.Quem afirma isso é o autor do livro “A lógica do Cisne Negro”, Nassim Nicholas Tabet.

A sucessão de efeitos causados pelo terremoto no Japão reascende a questão (não abordo a tristeza de milhares de pessoas atingidas e nem mesmo o impacto econômico causado). Minha referencia pode ser uma reflexão mais próxima do nosso dia a dia da Logística Empresarial, pois hoje podemos observar (talvez muitos não enxerguem) vários fatores de alto potencial de “não provável” que afetam diretamente a gestão de inventário das cadeias de abastecimento (devido às constantes reduções do “Working Capital”), como:

– Nevasca na Europa impedindo vôos por vários dias;

– Deslizamento quase total do porto de Chibatão em Manaus;

– Interrupção do tráfego na rodovia de acesso ao porto de Paranaguá (em plena safra de soja);

– Acidentes graves em vias urbanas de alta intensidade de fluxo das grandes cidades.

Estou certo que essas variáveis nunca fizeram parte de nenhuma PREVISÃO DE VENDAS (nada a ver com Supply Demand). De novo nosso autor supracitado: “O que é surpreendente não é a magnitude dos nossos erros de previsão, mas sim nossa falta de consciência dela”.

Posso arriscar em dizer que na relação entre Previsão de Vendas, Planejamento da Produção e Nível de Serviço, “o previsível” está perdendo terreno para o “imprevisto” e começa a trazer à cena também o “improvável”.

É preciso ajustar as velas porque o que você não sabe é mais relevante do que você sabe.

A conferir.

J.G.VANTINE
Vantine Logistics Solutions

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