VIVENDO A LOGÍSTICA

SISTEMA LOGÍSTICO – TRANSPORTE

Uma das funções da Logística é dar às tarifas de fretes e ao custo total do transporte a sua verdadeira dimensão . Ou seja, integrá-los a outros elementos, de forma a permitir a obtenção da segurança do produto, e pontualidade nos prazos de entrega ao menor custo possível.

A planilha de custos da frota própria pode ser dividida em fixos e variáveis.

Nos fixos , estão incluídos: remuneração de capital (lucro que investimento tem que gerar – hoje, de 12% reais ao ano no mínimo);depreciação do capital (de, no mínimo de 20% ao ano); mão-de-obra (motorista e ajudante). Nos custos variáveis , incluem-se:combustível, lubrificantes, pneus, peças de manutenção e reposição .

Qualquer redução de gastos diretos nesse segmento é, portanto, bastante difícil. E, mesmo na contratação serviços de terceiros, o quadro não se altera muito. Os itens que compõem o custo total da frota própria são substituídos pelas tarifas de frete. E a escolha de veículos inadequados ou em más condições em nome de sua redução pode comprometer seriamente a qualidade do produto transportado ou os prazos de entrega. Na verdade, para escolher uma transportadora, o item custo deve ser o último de uma lista de prioridades, que envolve capacidade técnica, idade média dos veículos e índice de manutenção da frota. Tradicionalmente, no Brasil, as empresas têm contado com três formas de administrar o transporte: frotas próprias, contratação de transportadoras ou de carreteiros independentes . Novas alternativas, porém, já estão surgindo no mercado. Uma delas é atransportadora especializada em cargas unitizadas : retira os produtos de diversos fornecedores, monta um lote com itens variados e o entrega a um mesmo comprador. Com isso,reduz os custos do fornecedor e evita problemas como as longas filas de espera para descarregamento que se formam na porta do cliente.  

Continuamos na próxima edição!

PONTO DE VISTA

INDICADORES DE PERFORMANCE
% DE LOGÍSTICA

A utilização de Indicadores de Performance , não deve ficar apenas nos indicadores primários. Dois indicadores que refletem as bases da Distribuição Física (Armazenagem, Transporte e Processamento de Pedidos) são utilíssimos para avaliação interna ou própria, mas devem ser utilizados com critérios claros quando se compara a empresa à outras empresas, ainda que atuantes no mesmo setor econômico.

Lembramos que muitas empresas tratam o valor de frete com sendo o valor do custo logístico. Obviamente, isto não é correto, portanto isto não deve ser esquecido em comparações entre empresas. Primeiramente refletimos sobre o indicador % de Frete/Valor das mercadorias. Os fatores que influem nesta avaliação são, basicamente:

  Receita Líquida (Valor das Mercadorias – Impostos): Importante subtrair o valor dos impostos visto que o efeito da carga tributária sobre o valor vendido é diferente entre as empresas que atuam em um estado e outras em diversos estados da federação. Vários regimes e situações especiais complexas também reforçam o critério indicado.

  Valor das Mercadorias (Valor atual e de outros exercícios) : Se a empresa deseja comparar indicadores entre períodos diferentes deve considerar ajustes, pois a variação de seus preços (inflação ou deflação) pode ser diferente da variação dos custos dos elementos que formam o custo de transporte.

  Valor do Frete e da Administração:Geralmente o custo da Administração é desprezado ou ignorado. Dependendo da dimensão do negócio, sua influência pode ser significativa. Além do indicador que estamos comentando, o indicador de custo de transporte deve considerar estas despesas.

  Densidade Aparente das Mercadorias: Em transporte, uma tonelada de algodão pode pesar mais que uma tonelada de aço. Evidentemente, este comentário humorístico, não é fisicamente real, mas o que queremos evidenciar é o chamado “frete cubado” . Na prática é necessário utilizar uma carreta para transportar 27 toneladas de aço, e do outro lado, mais de uma carreta para transportar o mesmo peso em algodão. É fundamental conhecer e considerar o efeito das mercadorias volumosas (baixa densidade aparente) em suas operações.

  Tipo do percurso: No mínimo deve ser considerado o ambiente onde as operações ocorrem. A diferença entre efetuar entregas no interior, em apenas uma cidade ou em diversas cidades, e a operação de entregas na região metropolitana, especialmente na capital, é fator relevante para performance em avaliações comparativas.

Tipo da Carga: Para efeito de cobrança de frete, sempre se considera a diferença entre cargas de transferência ou lotação (até 3 entregas) e carga fracionada. Os efeitos na composição dos custos (fixos e variáveis), são diferentes. Na própria carga fracionada, o número de entregas é fator determinante de custo, principalmente quando o veículo não é plenamente ocupado dado às características do itinerário e dos clientes.

  Perfil da Frota: Há um princípio aplicado em transporte, verdadeiro em custo, mas nem sempre aplicado em frete: “Quanto maior o volume transportado menor o custo unitário” . A representatividade dos tipos de veículos versus o volume transportado (em m 3 e/ou t) deve ser considerado a partir do custo unitário (R$/ m 3 e/ou R$/t), além das devidas ponderações.

A visão e compreensão do processo em que o transporte está inserido é fundamental. Outras influências como a perecibilidade do produto, do jornal ao frigorífico, as dificuldades no ponto de entrega, índice e fatores de devoluções (logística reversa), etc. Antes da utilização do indicador principal, não deixe de considerar o perfil da carga e da operação, aqui indicados. Em caso de comparações avalie as bases e proceda às equalizações necessárias para que você possa comparar, como se diz popularmente, ”laranja com laranja”.

O outro indicador básico diretamente relacionado com a formação do custo logístico é o giro de estoque ou inversamente, a taxa de cobertura do estoque, que comentaremos em outra oportunidade.

CBMarra