VIVENDO A LOGÍSTICA

Tradicionalmente este seção do nosso newsletter reflete ideias e opiniões do fundador e presidente da Vantine Consulting. Nesta edição vamos abrir espaço para publicar o artigo do Dimas Barbosa, Diretor Executivo da NTC&Logística, entidade parceira. O tema tratado não é novo, mas continua sério e a linguagem plenamente acessível para todas as pessoas, mesmo não profissionais.

ESMOLA DEMAIS

Todo brasileiro gosta de uma boa pechincha, neste ponto, somos todos iguais. Basta ver o que acontece quando grandes lojas de departamento fazem suas liquidações anuais e as filas às suas portas dobram quarteirões; quando estas se abrem, quem puder que se salve.

Mas, nem sempre é preciso encontrar uma liquidação. Quem pesquisa na Internet, sabe. Você está navegando e encontra lá uma oferta sob medida para o seu bolso e capaz de satisfazer seu desejo de consumo: aquela TV de 60 polegadas 4k, 3D, por R$ 1.800,00 (só hoje). E olha, numa loja boa. Lembrando que o preço médio é de mais ou menos R$ 7 mil, você não resiste, compra; paga em dez vezes, mas compra.

Em situações como essa, é muito comum a gente pensar apenas na felicidade de ter se deparado a sorte de uma promoção imperdível? Mas, o que estaria por trás desse preço arrasa quarteirão? Bom, pode ser um monte de coisas, mas uma delas precisa ser considerada: pode se tratar de carga roubada.

E aí você me pergunta: mas carga roubada não vai parar na barraquinha do camelô? Eu comprei na Internet, de uma loja conhecida. E aí eu te respondo: você alguma vez encontrou TV de 60 polegadas à venda numa barraquinha de camelô? Ou frascos e mais frascos de medicamentos de todo tipo? E olha que produtos eletrônicos e farmacêuticos estão entre os dez tipos de mercadoria mais roubados do país, ao lado produtos alimentícios, cigarros, produtos metalúrgicos, produtos químicos, têxteis, confecções, autopeças e combustíveis (não necessariamente nessa ordem). De uma forma ou de outra, a lógica leva a crer que esses produtos acabam desaguando em alguns pontos de venda do comércio formal.

Para se ter uma ideia, no ano de 2014 foram registrados, em média, quase 50 roubos por dia causando prejuízos da ordem de R$ 1 bilhão; entre 2009 e 2014 somaram quase 86 mil. E para onde vai a receita originada nesse tipo de comércio? Especialistas acreditam que esse dinheiro sirva para alimentar o tráfico de drogas e armas. O assessor de segurança da NTC, Paulo Roberto Souza, sempre usa um exemplo que torna a coisa bastante clara: “uma carga roubada de cigarros, por exemplo, é facilmente vendida. Isso dá dinheiro para comprar mais armas e drogas”. A coisa é muito séria e não para nas questões econômicas, porque vidas se perdem nesse processo.

A legislação brasileira tem avançado nessa questão. É o exemplo da lei (15.315) sancionada em 2014 pelo governador de São Paulo, Geraldo Alkmin, que prevê a cassação da Inscrição Estadual no cadastro do ICMS da empresa que tiver em seus estoques algum item que seja carga roubada e mais, os sócios da empresa ficam impedidos de exercer atividade comercial por cinco anos. Outro exemplo, agora no âmbito federal, é o Decreto 8.614, baixado agora em dezembro pela presidente da República que disciplina a implantação do Sistema Nacional de Prevenção, Fiscalização e Repressão ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas, fornecendo assim instrumentos jurídicos capazes de prover ao estado ferramentas efetivas de combate a esse tipo de crime.

A Polícia Federal e as polícias estaduais também têm entrado firmemente no combate dessa modalidade criminosa. Mas, nós, consumidores, também precisamos ficar atentos e fazer a nossa parte. É claro que nem toda pechincha é crime, nem a maioria delas. Sim, você deve procurar mesmo por boas ofertas. Mas, vale a dica, porque às vezes a esmola é grande demais; nesse caso, desconfie.

Dimas Barbosa Araújo
Diretor Executivo
NTC&Logística

NTC

PONTO  DE VISTA

TPS – TOYOTA PRODUCTION SYSTEM & A LOGÍSTICA

PARTE II

SIX SIGMA

A utilização do conceito “Seis Sigma” foi usado pela primeira vez por Bill Smith, engenheiro da área de comunicações da Motorola. Em 1985 Smith demonstrou que, quando um produto apresentava defeitos durante o processo de produção, era muito provável que outras falhas pudessem passar despercebidas, sendo então percebidas pelo cliente.

O nome “Seis Sigma” deriva da terminologia estatística sigma (σ), que significa desvio padrão. O nome dado já evidencia a grande ênfase estatística na utilização da ferramenta. Quanto maior o número de Sigma, menor a variabilidade do processo.

É uma metodologia estruturada para fornecimento de produtos e serviços melhores, mais rápidos com custos mais baixos. O propósito é aumentar o desempenho do processo, diminuindo sua variabilidade. Isso acarreta na redução de defeitos, além de melhorias nos lucros, motivação de funcionários, qualidade do produto e excelência no negócio.

Num sentido mais alto, a Seis Sigma poderá ser vista como a realização e o fecho de projetos orientados para a resolução dos problemas mais importantes da organização, com vista a aumentar a sua riqueza. Esta direção é conseguida a partir de uma alocação das pessoas mais competentes, munindo-as dos meios e apoios necessários, para que o trabalho desenvolvido seja executado ininterruptamente.

TOC – TEORIA DAS RESTRIÇÕES

A Teoria das Restrições TOC (Theory of Constraints) é considerada uma técnica de administração da produção. TOC é composta de dois campos, os processos de raciocínio de um lado, e os aplicativos específicos (como logística de produção), desenvolvidos usando-se os processos de raciocínio do outro”.

Esta Teoria foi desenvolvida com o intuito de fornecer informações aos gerentes de maneira simples e lógica, pois a lógica nada mais é que processos intelectuais que são condição geral do conhecimento verdadeiro. De acordo com Goldratt em sua obra, “A meta”, o ponto alvo de toda à empresa nada mais é que ganhar dinheiro. Para isso terá que implementar uma gestão de produção modificada em relação a gestão tradicional.

Na gestão tradicional todas as partes (departamentos de produção) da empresa são otimizados, considerando o aumento da eficiência local (máquinas e/ou setores isoladamente). “No sentido da otimização da produção, a teoria das restrições propõe a máxima: a soma dos ótimos locais não é igual ao ótimo total ”, pois acredita que toda a empresa no intuito de atingir a sua meta apresenta restrições.

A palavra restrição é entendida como qualquer elemento físico ou político que limita o desempenho do sistema. Chamando-se o sistema de empresa, admitindo-se que ela possui atividades dependentes dentro do seu fluxo de operações, o recurso limitador das operações é a restrição do sistema. Segundo Goldratt, o fluxo operacional da empresa é análogo a uma corrente e o que dimensiona a força de uma corrente é o seu elo mais fraco (restrição ou gargalo). Todas as empresas apresentam restrições, por esta razão não atingem lucro infinito.

Conforme GOLDRATT:um gargalo…é aquele recurso cuja capacidade é igual ou menor do que a demanda colocada nele. E o não-gargalo é aquele recurso cuja capacidade é maior do que a demanda colocada nele.” 

A TOC (teoria das restrições) manifesta claramente que a empresa no objetivo de atingir a sua meta que é ganhar dinheiro terá que melhorar outras medidas de desempenho. “… a meta é reduzir a despesa operacional e inventário, aumentando simultaneamente o ganho”.

Lauro Kamimura

Vantine Consulting

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