VIVENDO A LOGÍSTICA

1983 – PLANEJANDO MENORES DISTÂNCIAS E O CUSTO OPERACIONAL DE DISTRIBUIÇÃO

Desde meados dos anos 70 no varejo, o empirismo já havia deixado de ser visto como sabedoria ou esperteza dos proponentes e aplicadores, apesar do varejo se caracterizar como ambiente reconhecidamente pragmático e dinâmico, pressionado pelo abastecimento ininterrupto das lojas.

O estoque era importante, mas a responsabilidade da definição de seu volume, ou nível, era da área de Compras, na Diretoria Comercial. De forma geral, o cliente ainda concordava em esperar a mercadoria ser entregue no depósito para depois, evidentemente lhe ser entregue, com prazo excedendo à sua expectativa. Ocorriam esparsos casos de desistência da compra.

O custo relacionado com estoque, custo de inventário, não era da área de Abastecimento e sim, da área de Compras. O custo total não era desprezado, mas cada departamento procurava minimizar os custos próprios, pelos quais respondia. Os custos operacionais dos depósitos, assim chamados, também eram da área de Abastecimento, pois esta área operava Armazenagem e Transporte.

Considerando que o volume de estoque poderia onerar, e de fato onerava, o custo operacional do departamento, cuja origem não era administrável por ser de outra área, cabia ao diretor Comercial, responsável por ambos os departamentos – Compras e Abastecimento, responder pelo valor final.

Na área de Transporte o que se trabalhava era por menores fretes, pois a frota era contratada. Novidade? Não, isto já acontecia há alguns anos evoluindo para a terceirização. Apesar do serviço de transporte ser contratado e de se buscar os menores fretes havia a preocupação de não exaurir os recursos do transportador. Esta mentalidade requeria que o transporte fosse planejado, racionalmente, isto é, considerando todas suas variáveis. Além da programação de cargas de acordo com calendário semanal, para abastecimento das lojas, em aplicação desde os anos 60, a preocupação com o elevado volume de estoque nas lojas levou a se discutir novos modelos de lojas como o Superbox, por exemplo.

Nesta época, do lado da Distribuição Física, a contribuição mais importante de planejamento foi a inclusão do cálculo da Distância Média (ponderada) nos estudos de localização de depósitos nas regiões onde se estavam abrindo lojas/redes ou necessitando de mudança dos mesmos. A aplicação pioneira deste estudo foi na região de Belém do Pará, o “primeiro da série”, uma experiência marcante. Basicamente trata que, o ponto médio ponderado de transporte corresponde ao Momento de Transporte, cuja técnica aplicada se baseia nas métricas “euclidiana e retangular”. Com esta técnica ficou estabelecido que o depósito regional deveria estar localizado em uma área (polígono) de interesse em função do momento de transporte. A questão geodésica ficou atendida.

A segunda questão, menos incisiva naquela experiência, foi a temporal. O que se sentia na prática foi buscado na teoria e nas técnicas para distribuição, principalmente em áreas urbanas: A distância não se mede apenas metricamente, mas também pelo fator tempo. Isto foi um dos pontos fundamentais para se buscar outras considerações que foram encontradas tecnicamente no ambiente de Logística: a Utilidade do Tempo. A utilização do tempo foi avaliada analiticamente:

1 – O tempo de transporte apresentava características e condições próprias, com mínimas possibilidades de ações gerenciais nas ocorrências durante a viagem;

2 – O tempo de recebimento das cargas no depósito estava sujeito à chegada dos caminhões que eram previstas, mas não eram programadas, além de constantes esgotamentos da capacidade de movimentação e de estocagem no depósito;

3 – O tempo de carregamento, que dependia de fatores e decisões internas, possibilitava planejamento e organização do processo.

Assim, os conceitos aplicados em localização se completaram com os conceitos relacionados com o processo operacional proporcionando redução do tempo demandado pelo transportador. O resultado direto é que esta produtividade se representava diretamente no crescimento do número de viagens por dia e/ou por semana, conforme o destino, resultando em menores custos de transporte.

Os conceitos, por natureza, são essenciais, sendo eles que podem nos despertar para as oportunidades que batem à nossa porta.

C.B. MARRA
Vantine Logistics Solutions


PONTO DE VISTA

“NAS” “CIMENTO” NÃO SABE QUEM PAGO ( T )! VALE ( C ) RER?

Vivo atormentado com uma dúvida cruel: “Como a imprensa descobre o que não deveria existir e o Governo deveria saber? Aliás, não só o Governo, mas o Congresso Nacional, o Tribunal de Contas da União, o Ministério Público, entre tantos outros mais.

Já não há mais sentimento de indignação, mas de revolta não só pelos constantes escândalos envolvendo dinheiro público, mas também pelo que esse dinheiro deixa de fazer para a educação, saúde, e Infraestrutura para a Logística ser operacionalmente eficaz.

Na nossa área de Logística, mesmo que ainda não existam provas à luz do direito, a presidente Dilma perde a sua oportunidade de se mostrar “Estadista”. Outra vez, pois já perdeu no caso Palocci (aliás, onde está? E a imprensa já esqueceu? Vai ficar isso mesmo? Já teremos outro “Zé Dirceu dando risada de nós idiotas cidadãos enquanto vendem suas consultorias”). Seu grande erro é apostar na barganha política herdada de seu criador o “Onipotente” Lula, e só manteve como ministro, o inepto, incompetente, desonesto (adjetivos usados por Cid Gomes, Governador do Ceará) para não tirar seu suplente no Senado, o amazonense João Pedro e reduzir o “poder de fogo” da bancada petista.

Negociar é parte da democracia, mas manter o fisiologismo não! A sorte do Governo é que a grande maioria da população brasileira não se interessa pela informação e pouco sabe dessas verdades e também por que os grandes “fazedores” de revoluções políticas e culturais, os estudantes, nessa geração “Y” esta mais para balada e internet, mal sabendo que o futuro deles é construído agora.

Vamos aos fatos: O primeiro efeito desse abominável fato: A presidente Dilma desautorizou a ampliação em R$10 bilhões em obras do PAC (Brasil Econômico, 05/07/2011), o que seria suficiente para recuperar cerca de 20.000 km ou construção de 7.500 km de rodovias. Ainda segundo a fonte, em valor poderia ser usado na construção de 3.000 km de ferrovia! (Ressalte-se que o Brasil tem 1,5 milhão de km de rodovias, mas só 200 mi/km são pavimentados, e na ferrovia possui 28.000 km, dos quais cerca de 10.000 são utilizadas e segundo estudos, o ideal é que houvessem 50.000 km).

E para completar (isso sem falar nas deficiências dos portos brasileiros), replica um comparativo publicado no jornal “Zero Hora” de Porto Alegre (04/07/2011) na qual o matemático gaúcho Gilberto Flach analisa o projeto do DNIT para uma nova ponte sobre o rio Guaíba e a ponte de Quingdao na China.

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É preciso destruir essa cultura da corrupção! Mas punindo não só os detentores de poder público, mas também os empresários (vide recente caso do governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral com o Sr. Eike Batista) que fazem parte desse “bando” desonesto e inescrupuloso que prejudicam toda uma nação. Isso sem falar naqueles que tudo sabem e não denunciam. Ainda bem que temos uma imprensa livre!

J. G. VANTINE
Vantine Logistics Solutions

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