VIVENDO A LOGÍSTICA

1981 – “VOLTANDO ÀS ORIGENS” – A PANIFICADORA CENTRAL

De fato muita coisa aconteceu no inicio dos anos 80. Às vezes é até difícil determinar os anos em que as coisas aconteceram, como este caso. A situação econômica do Brasil era crítica. Taxada como “a década perdida” exigiu maior racionalização e ganhos de produtividade.

Na área de panificação, é de fato exagerado citar a “volta às origens”; está mais para uma citação afetiva, porém a profissionalização era prá valer. O projeto consistiu em atender um determinado distrito comercial da empresa com uma padaria central. Assim estariam liberando nobres espaços da área da loja para usar como área de vendas. A tecnologia de produção ajudou a fazer fornadas regulares de pão quente contando com pequena área na loja para o processo de assar (receber o material, colocar no forno, retirar do forno e dispor na loja). A produção centralizada trabalhava com maior produtividade e regularidade na composição e sabor dos produtos; melhor controle, menores quebras, maiores margens e melhor resultado.

A implantação demonstrou que, nas circunstâncias previstas os resultados foram de fato, consideráveis. A configuração operacional foi baseada na eficácia da movimentação, estocagem e transporte (logística). O processo foi organizado assim, e com estes equipamentos principais, já citados:

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Quando se trata de entrega de pães exclusivamente é prática já consagrada que o veículo de entrega seja equipado com prateleiras. Não foi esta nossa intenção de estudar a cadeia panificadora, mas de apresentar a preocupação, dedicação e inovações aplicadas pela geração anterior. É fato que uma série contínua de melhorias sobre um processo pode apontar novos caminhos, isto é, soluções e condições inovadoras e até revolucionárias.

O mais importante desafio na atualidade é que as pessoas, gerentes responsáveis por sua utilização obtenham os resultados de tantos meios à disposição. O valor dos investimentos no processo devem ser avaliados pelo custo total e não apenas pelo seu volume e/ou retorno projetado. É comum em operações logísticas que o custo se justifique pela necessidade e não necessariamente pela relação custo-benefício.

Desta forma vimos que estas práticas já existem e funcionam há uma geração. Você pode inová-la, ou vai considerar que assim está bom sem se perguntar como foi a criação e como tem sido a evolução anterior de um equipamento, produto ou processo para que eu possa contribuir com esta seqüencia evolutiva.

C.B. MARRA
Vantine Logistics Solutions


PONTO DE VISTA

A LOGÍSTICA NO CONTEXTO DO MEIO AMBIENTE

Estou certo que todos estão percebendo que os reflexos do desenvolvimento global estão cada vez mais restringindo o grau de liberdade tanto das pessoas como das empresas. Sem dúvida, olhando só o aspecto empresarial (excluindo as questões de direitos humanos como discriminação ou governos totalitários sofrendo derrocadas), a “palavra da vez” é SUSTENTABILIDADE.

Já se chegou a consenso geral que a sustentabilidade “de fato” se compõe de três vetores inter-relacionados: ECONÔMICO, SOCIAL E AMBIENTAL. E dos três, o do momento é “Sustentabilidade Ambiental”.

Em essência trata-se de um objetivo simples de ser entendido: “Manter e recuperar o eco sistema visando a preservação da vida no mais amplo sentido”.

Mas não é tão simples assim. Muito ao contrário, é um dos temas mais complexos jamais tratado com tanta ênfase pela humanidade. Por isso me atenho apenas ao foco do mundo da Logística (e claro, do Transporte).

É uma questão de evolução gerada pela competição (e aí entra a óbvia e antiga sustentabilidade econômica). No princípio o único elemento de preocupação da Logística foi “CUSTO”. Na virada dos anos 90 lentamente foi sendo gerada a questão do “VALOR” representado pelo “SERVIÇO AO CLIENTE”, até o momento ainda uma questão mal equacionada (principalmente devido à permanência de processos não integrados, não obstante tantos sistemas como ERP, tanto métodos como S&OP). E agora a Logística incorpora mais uma missão: “SUSTENTABILIDADE”. E apenas me refiro ao “MEIO AMBIENTE” , e nesse foco emerge disparado a redução dos chamados “GEE – Gases de Efeito Estufa” e poluentes como NOx e particulados.

E é aqui que começam as restrições fundamentalmente legais que obrigam, entre outras ações:

– Introdução de motores diesel classe P7 (Euro 5) a partir de 2012 para atender regulamentação do PROCONVE – Programa de Controle da Poluição do ar por veículos automotores (tecnologia já disponível).

– Produção e distribuição nacional do diesel adequado ao P7 (ainda não muito claro pela Petrobras e não definido pela imensa rede de postos de combustíveis).

– Descarte e recuperação de embalagens.

– Redução na geração de GEE através de substituição de modais de transporte (até o momento estagnado no âmbito da intenção).

Além dessas questões, chamo a atenção para uma ação que independe de leis e obrigação: REVISÃO DA MALHA DE ABASTECIMENTO DE DISTRIBUIÇÃO, com a introdução da variável “TKU/ Kg GEE” criando o conceito da “LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL”.

J.G. VANTINE
Vantine Logistics Solutions

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